quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Bom Ano de 2009
Virgem com o Menino
e São João Batista Criança - BOTTICELLI
Para os leitores deste blogue um bom 2009. E esperemos que também desta vez os economistas se enganem e que a crise seja menor do que o anunciado. Que a esperança não nos falte.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Doris Lessing
De há muito que como sua leitora conheço Doris Lessing. Recordo-me que foi no avião numa viagem para Moçambique que li o meu primeiro livro da autora: O Verão Antes das Trevas. E foi-me aconselhado pela Maria Antónia Fiadeiro. Lembrei-me disto ao ler uma entrevista da escritora - Prémio Nobel da Literatura em 2007 - na última revista Visão. Uma passagem tocou-me particularmente, quando Doris Lessing diz:
«Nos jovens há um sentimento de desesperança de que tudo é demasiado grande para eles. O que está errado(...)»
Eu também detecto isto mesmo nos jovens com quem contacto. Sem esta clareza de Doris Lessing. Mas de facto,sem a sabedoria da autora, também penso o mesmo: eles estão errados. E passo a vida a dizer aos mesua alunos que eles são capazes, impressionando-me por vezes a forma como desvalorizam o muito que sabem. Penso que o problema em alguns casos está no facto de os jovens não terem consciência do seu próprio conhecimento, das suas capacidades. E quando questionados sobre esta postura percebe-se que a dificuldade em enontrar emprego terá em muitos a ver com esta situação.
Talvez a confirmar isto, tem sido uma agradável surpresa ver como jovens que entraram no ensino superior ao abrigo dos «maiores de 23 anos», e que trabalham, se lançam com tanto entusiasmo na aquisição de «mais mundo» e como aprendem a valorizar o seu património de conhecimentos... .Com esperança!
Saiba mais sobre Doris Lessing.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Viver Com Estilo - os Deolinda
Ouviu-os na Rádio e em pouco tempo lá estava à procura do CD com um sentimento de urgência. Aconteceu-me o mesmo com a Dulce Pontes e com os Humanos quando surgiram.Não entendo nada de música, mas percebe-se quando tudo parece certo: a voz, a letra, a música. Avaliem aqui.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Grandes Leitores 3ap - Conto de Natal
O LEITOR ESAÚ DINIS MANDA MAIS UM CONTRIBUTO MUITO CONSENTÂNEO COM A ÉPOCA QUE ESTAMOS A VIVER - UM CONTO DE NATAL.ESPECIALMENTE PARA 3aps que tenham crianças por perto. JÁ AGORA, TALVEZ SE JUSTIFIQUE INFORMAR QUE O Dr. Esaú Dinis FOI DIRECTOR DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DA SÁUDE DE LISBOA QUE AGORA FAZ PARTE DO UNIVERSO IPL.
Quando o Menino Jesus fez de Pai Natal
Naquele ano, ainda o Natal vinha longe, montaram, no maior Largo da cidade, um presépio com tudo e com todos.
Havia a vaca e o burrinho. Ali estavam, com incenso, ouro e mirra, os Reis Magos, conduzidos por uma estrela cintilante. Vários pastores tinham trazido leite, mel e queijo e alguns cordeirinhos recém-nascidos. Dois pescadores agarravam nos braços uma rede cheia de peixes, todos prata e ouro. O Menino Jesus resplandecia nas palhinhas sorridente.
Faltavam apenas três dias para o Natal, quando, de manhã, as pessoas ao olharem para o grande presépio, deram pela falta do Menino.
Uns diziam que ele tinha ido embora por causa do frio, chuva e ventania. Outros pensavam que alguém o tinha roubado para o levar para casa e pôr ao lado do sapatinho. Alguns imaginavam que se tornara invisível, mas que não estava longe. Ninguém sabia ao certo.
Nas ruas e praças da cidade, pelos caminhos e povoações da Ilha inteira, não se falava de outra coisa: no meio da noite, em lua nova de breu, o Menino Jesus tinha desaparecido, sem deixar rasto.
Não se conseguia adivinhar para onde fora, nem para quê, nem até quando.
Jornais, bombeiros, rádios e televisões lançaram o alerta. Era preciso encontrar depressa e trazer de volta o Menino Jesus ao presépio de toda a gente.
Até os telemóveis tocavam, por ruas, cafés e vielas, no interior das casas, por montes e valados: Alerta! Alerta! É preciso e urgente descobrir onde se encontra e trazê-lo de regresso ao aconchego do burro e da vaquinha.
As horas passaram, o Natal estava a chegar e nada de Menino Jesus.
No Largo maior da cidade, a manjedoura continuava vazia. Ninguém descobre onde pode estar o Menino Infante, filho da Virgem Maria.
Chegou a noite de todos os presentes. O Pai Natal andava no sobe e desce das chaminés e já havia percorrido a cidade inteira e a maior parte das freguesias, acabava de passar pela rua das Azáleas na Fajã de Baixo.
Já a caminho dos pastos, para os lados da Lagoa do Fogo, cansado de distribuir tanta prenda, parou para descansar numa esquina. Mal se tinha de pé com tanto saco. Encostou-se ao canto de um serrado e passou pelas brasas. Foi ao acordar que deu conta que estava mesmo ali, meio adormecido, o Menino Jesus que desaparecera do presépio da cidade.
Mal lhe pega, ele abre um olho sonolento e logo outro acordado. Sorri de contente e pede para ser levado até a uns casebres em Rabo de Peixe, pois era para lá que queria levar prendas de Natal.
Explicou que desde há dias saíra da cidade, à procura de certos meninos a quem queria levar presentes e abraços. Já visitara alguns para os lados das Furnas e de Nordeste, mas agora faltava-lhe passar pelos bairros de pescadores em Rabo de Peixe.
Muito cansado, o Pai Natal, lançou-se, uma vez mais, ao caminho por montes e cumeadas, trazendo sempre entre os braços, aconchegado, o Menino Jesus que voltara a adormecer.
Cumprida a missão, perderam-se para os lados das Capelas. A chuva caía miudinha molhando tudo. A noite estava escura. O cansaço era cada vez maior.
Vão a passar pela rua do Navio e reparam que lá dentro, numa das casas via-se a árvore de Natal, sempre a acender e a apagar, como quem convida a entrar.
Bateram à porta. Não há ninguém lá dentro.
Já se afastavam, quando viram que a Kika tinha aberto a porta, enquanto a Luanda abanava a cauda de alegria. Iam receber visitas.
Cansados dos caminhos, dos sacos de presentes e da chuva, mal entram, logo adormecem, deitados juntos na carpete, aos pés da árvore de Natal.
As horas correm, a noite escorrega para a madrugada.
O dia está quase a clarear, quando lhes parece escutarem, ao longe, um Toyota Yaris, que se aproxima devagarinho, como quem vai parar.
À pressa, saem para o quintal. Menino Jesus e Pai Natal ficam escondidos no meio de um tufo enorme de hortênsias, por detrás do muro da frente.
Logo que todos entram em casa, os dois correm para os lados das Sete Cidades, cumeeiras acima.
Já vão longe no caminho, quando o Pai Natal se lembra que esquecera no quintal das Capelas o saco das prendas destinado àquela casa.
Já de olho bem arregalado, o Menino Jesus diz para o Pai Natal: Não faz mal. Tu ficas aqui a descansar. Desta vez, serei eu a levar os presentes aos meninos Romeu, Pedro, António e Francisco, mais àquela donzela, que, se bem me lembro, ainda é da minha parentela, não se chamasse ela Raquel.
E foi assim, que por uma noite, e por uma só vez, o Menino Jesus fez de Pai Natal.
Quando o Menino Jesus encontrou de novo o Pai Natal, este reparou que pelas faces rolava cristalina uma gota de água. Nunca ninguém soube se era só chuva ou lágrima de alegria. Mas, os dois estavam felizes, e de manhã, no presépio da cidade, lá estava de volta o Menino Jesus. Missão cumprida.
Capelas, 2006.12.25 - Esaú Dinis
Nota: a foto é de Dezembro de 2006 conforme se pode conferir nos sites institucionais dos Açores.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
WIKINOMICS
Ao preparar uma unidade curricular nova em torno dos sistemas de informação para a Administração Pública, dei comigo a entrar profundamente no livro WIKINOMICS - A Nova Economia das Multidões Inteligentes. A edição em português. O que posso aqui dizer é que, do meu ponto de vista, é de leitura obrigatória. Já conhecia um dos autores, Don Tapscott, que para mim continua acutilante nas equações que faz dos tempos que vivemos marcados pela internet.
Já agora, a propósito: visite este site . E este
sábado, 6 de dezembro de 2008
Transparência e DGAEP
Foi dada posse à nova Directora da Direcção Geral da ADministração e Emprego Público (DGAEP)e o tema TRANSPARÊNCIA destacou-se no discurso que o Ministro das Finanças proferiu na ocasião. Esta questão é tratada no âmbito da licenciatura do ISCAL, nomeadamente numa perspectiva histórica e doutrinária, havendo possibilidade de discutir como é que a transparência se manifesta no dia-a-dia de cada organismo. O discurso do Ministro é sobre isto.
sábado, 29 de novembro de 2008
Arte Africana
Aqui está uma notícia, no Público de hoje, que, pensamos, deve agradar a muitos:
Centro de arte africana contemporânea é aposta estratégica do Governo
O África.cont, que será anunciado oficialmente dia 9, pretende dar continuidade à relação com os países africanos um ano depois da cimeira Europa-África .
A seguir com atenção.
Nota: A imagem reproduzida é de uma obra do pintor Moçambicano Malangatana - "Perturbação na Floresta" Óleo s/ tela. 89 x 153 cm. 1987
sábado, 22 de novembro de 2008
Sociedade Madura
«O conceito de uma “sociedade madura” introduzido por Sarah Harper, que
connosco tem colaborado na preparação deste fórum sobre o
envelhecimento, parece-nos, no contexto deste terceiro simpósio,
particularmente apropriado. De facto, o que está em causa é o acordar da
consciência colectiva para as extraordinárias possibilidades de integração
dos mais velhos e, até, dos mais velhos dos velhos, num tecido social
dinâmico, que permita a realização plena de cada pessoa até ao fim da vida.
Ao contrário do que uma análise superficial pode sugerir, o envelhecimento
das populações e o decréscimo da natalidade não são fenómenos peculiares
das sociedades ocidentais ou economicamente favorecidas, mas atingem
todos os países deste mundo globalizado que vai apagando as fronteiras,
indiferente a hábitos, culturas e civilizações»
Excerto da apresentação do Professor Lobo Antunes ao Forum que vai ter lugar na Fundação Calouste Gulbenkian nos próximos dias 24 e 25. A entrada é livre. Parece-nos ser daquelas coisas a que caso se tenha disponibilidade não se deveria faltar. Veja mais aqui
domingo, 16 de novembro de 2008
Viver Com Estilo - Os Gigantes da Montanha
Costumo dizer que sou mais feliz porque a Cornucópia existe. Acabo de regressar do último espectáculo da Compamhia, e como sempre a magia e o deslumbramento acontecem. Veja mais informação aqui
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Miriam Makeba
Morreu Miriam Makeba, depois de ter actuado num concerto em Itália. Tive oportunidade de assistir a mais do que um concerto da artista, em Portugal e em África. Um espanto. Uma homenagem que se lhe pode prestar é dá-la a conhecer a quem não sabe da sua existência ou lembrá-la junto de quem a admira.
Veja aqui. Ouça-a no YouTube
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Eleições e Novas Tecnologias
Muitos são os ensinamentos que podemos retirar das recentes Eleições Americanas que eu segui diariamente através do site do «meu» candidato - OBAMA. E o que me apetece neste momento referir é a fantástica utilização que foi feita da internet. Acho que há um antes e um depois neste domínio. Foi uma lição diária. Pois bem, já para esta fase de transição OBAMA parece ir continuar com o mesmo processo para a qual já criou um endereço. Prefigura-se que vai seguir o mesmo conceito e finalidade prática, e daí que recomende aos 3aps que acompanhem esta maneira de exercer o poder aqui
sábado, 1 de novembro de 2008
Protecção de Dados
O maravilhoso mundo novo da WEB tem os seus inconvenientes dos quais o relacionado coma a privacidade não é o menor. O jornal Público de hoje cobre esta matéria de forma muito completa. Um dos trabalhos:
O que é possível saber sobre nós?
01.11.2008, José Vítor Malheiros
Hoje depositamos toda a nossa vida no computador
e esquecemo-nos de que um computador ligado à
Internet não está no nosso quarto: está na Web
e pode ser acedido de qualquer ponto do mundo
Outro:
DESTAQUE
01.11.2008, José Vítor Malheiros
"Violação de dados informáticos
devia ser de participação obrigatória"
E o site
da Comissão Nacional de Protecção de Dados
tem informações uteis.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
SIMPLEX - Ideia Simples
Para quem ainda não sabe aqui está uma oportunidade :
«Meus Caros
Ao longo dos últimos 3 anos, muitos têm vindo a contribuir com um enorme esforço para a simplificação de serviços prestados aos cidadãos e às empresas. Queremos agradecer a todos as excelentes contribuições prestadas.
Para que possamos enriquecer os novos Programas Simplex, com ideias inovadoras e com iniciativas em domínios ainda não simplificados, gostaríamos de contar com a experiência de todos os que, directa ou indirectamente, contactam, nos serviços públicos, com os cidadãos e as empresas.
Por isso criámos o Prémio Ideia.Simplex!
O Ideia.Simplex pretende premiar as ideias mais originais e inovadoras na área da modernização e simplificação administrativas e que sejam exequíveis.
Participe enviando-nos as suas ideias de simplificação e divulgando esta iniciativa junto dos seus colegas e funcionários. Habilite-se a ganhar um dos prémios que vamos atribuir às 3 ideias mais Simplex:
1º Prémio - 2.500 €
2º Prémio - 1.500 €
3º Prémio - 1.000 €
O regulamento e o formulário de participação podem ser consultados em www.simplex.pt.
Contamos com o contributo de todos. Não hesite em participar por supor que a sua ideia é demasiado óbvia ou que se trata apenas de uma pequena mudança, porque pode fazer uma grande diferença na vida dos cidadãos e das empresas.
Participe já!
Quanto mais ideias, melhor.
Melhores Cumprimentos
Maria Manuel Leitão Marques»>
domingo, 26 de outubro de 2008
O Nosso Futuro Comum
Ao preparar um seminário sobre Desenvolvimneto Sustentável na perspectiva dos relatórios das empresas e demais organizações, inevitavelmente fui conduzida à publicação Our Common Future - reformulou o debate ambiental - elaborada pela Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (1987), presidida pela então Primeira Ministra Norueguesa Gro Harlem Brunddtland. É dela o seguinte:
A empresa deve ser lucrativa para sobreviver,
mas deve também enfrentar o apelo a tornar-se sustentável,
para permitir a sobrevivência de todos nós
Há sinteses muito felizes!
domingo, 19 de outubro de 2008
Grandes Leitores 3ap - MAIO 68
Conforme há os Grandes Eleitores aqui no 3ap vamos ter os Grandes Leitores 3ap. Serão aqueles que, não sendo estudantes ou ex-estudantes do ISCAL de Administração Pública, seguem o nosso Blog e nos dão conta disso mesmo mandando-nos colaboraçoes que do seu ponto de vista são partilháveis aqui neste espaço web. Temos a primeira contribuição de dois leitores - Esaú Dinis e Helena Mendes - que pensam o Maio 68 por dentro. Nesta altura a maioria dos 3aps estavam longe de nascer, por isso uma boa maneira de irem até este momento da História e de nos associarmos às comemorações dos seus 40 anos.
____________________
Um berço que Maio 68 inspirou e que Abril 74 fez florir
Há um berço feito de vimes, aconchegante como se fora um ovo, que serviu de pátria comum a recém nascidos de duas gerações e diversas nacionalidades.
Tem tudo de cama, mas é um cesto, com o bojo muito aberto e duas asas de levar e ir daqui para acolá, balanceando como quem embala transportando. Depois enfeita-se de colchão e rendas, minúscula almofada e lavados lençóis perfumados, e, às vezes, por cima, uma fralda branca como vela a fazer negaças ao sol que insiste em espreitar a criança que adormece, com um olho meio aberto e o outro já dobrado para dentro.
Às vezes, lembra um açafate onde rosas silvestres estivessem balouçando à cabeça de varina, ou quitandeira. Outras, uma alcofa que se levasse debaixo do braço como quem transporta presente.
Lá de dentro, pela manhã o vagido que anuncia o acordar, pela tarde um silêncio de brisa, noite dentro um grito de alerta, pelos dias adiante a surdina de quem aprende a soletrar presença, ensaiando respostas.
Tudo começou, no início do verão de 1971, quando Nury e Pablo viajaram pela Ilha da Madeira, e foram seduzidos por aquele engenhoso entrançado artesanal de verga, em cor de vinho envernizado, apetecendo deitar menino pronto a nascer, em breve.
Pedrito foi quem o estreou, nascido em Paris, longe da pátria renascida com Allende, para durar até que chovesse em Santiago, mas destinada a renascer.
O jovem casal chileno - peruano, viajara pelo velho mundo, e fizera paragem na Cidade Luz, com o intuito de aprofundar projectos sobre questões de desenvolvimento, que depois semeariam pela América Latina.
Ainda com os ecos e o espírito de Maio 68 soprando, a capital da França era, talvez mais do que depois, terra de asilo, constituindo um centro cosmopolita onde afluíam emigrantes de todas as ilusões e desesperos, inúmeros refugiados de contraditórias ideologias, além de muita gente inquieta, à procura, tanto de sobrevivência, quanto de novos horizontes e libertação.
O espírito de comunidade e de partilha contagiava a esperança dos que acreditavam num mundo melhor, outra terra, mais justa e fraternal.
Então, era normal encontrar, entre os estudantes estrangeiros que frequentavam Estudos para o Desenvolvimento com o pensamento no 3º Mundo, brasileiros, peruanos, chilenos, argentinos, mas também senegaleses, angolanos, guineenses, asiáticos de diversa proveniência, e ainda belgas, suíços, espanhóis, sobretudo do país basco, italianos e portugueses.
Como o Nuno vinha a caminho, coube-nos a sorte e responsabilidade de herdar o berço, enquanto fieis depositários, ficando com a incumbência do empréstimo a quem, acabado de nascer, quisesse aninhar-se em pátria internacional.
Uma após outra, diversas crianças recém nascidas, mais de dezena e meia, encontraram nele aconchego, quinhão e partilha.
Quando finalmente, o 25 de Abril libertou as fronteiras e as grilhetas de um povo que quase desesperava da liberdade, o pequeno ninho comunitário viajou para Portugal, como símbolo de terra libertada, depois de, no exílio, ter sido pátria sonhada.
E foi assim, que, ao longo de quase quatro décadas, foi passando de mão em mão, de família em família, de cidade em cidade, contribuindo para transformar em projecto compartilhado, aquele pequeno e frágil porto de abrigo.
Num mundo, onde competição e vaidades pululam como erva daninha de individualismo egoísta, sabe bem evocar, nesta jangada artesanal de vimes, navegando no tempo e por lugares diferentes, a memória dos afectos, gestos e odores, a lembrança dos primeiros sons, sonos e sonhos, de todos aqueles que no alvor da vida ali encontraram acolhimento, repouso e harmonia, prefigurando uma humanidade que se imagina livre e mais património de todos.
Queluz, 11 de Setembro de 2008
Esaú Dinis, com apoio de Helena Mendes, herdeira inicial e fiel depositária
Há um berço feito de vimes, aconchegante como se fora um ovo, que serviu de pátria comum a recém nascidos de duas gerações e diversas nacionalidades.
Tem tudo de cama, mas é um cesto, com o bojo muito aberto e duas asas de levar e ir daqui para acolá, balanceando como quem embala transportando. Depois enfeita-se de colchão e rendas, minúscula almofada e lavados lençóis perfumados, e, às vezes, por cima, uma fralda branca como vela a fazer negaças ao sol que insiste em espreitar a criança que adormece, com um olho meio aberto e o outro já dobrado para dentro.
Às vezes, lembra um açafate onde rosas silvestres estivessem balouçando à cabeça de varina, ou quitandeira. Outras, uma alcofa que se levasse debaixo do braço como quem transporta presente.
Lá de dentro, pela manhã o vagido que anuncia o acordar, pela tarde um silêncio de brisa, noite dentro um grito de alerta, pelos dias adiante a surdina de quem aprende a soletrar presença, ensaiando respostas.
Tudo começou, no início do verão de 1971, quando Nury e Pablo viajaram pela Ilha da Madeira, e foram seduzidos por aquele engenhoso entrançado artesanal de verga, em cor de vinho envernizado, apetecendo deitar menino pronto a nascer, em breve.
Pedrito foi quem o estreou, nascido em Paris, longe da pátria renascida com Allende, para durar até que chovesse em Santiago, mas destinada a renascer.
O jovem casal chileno - peruano, viajara pelo velho mundo, e fizera paragem na Cidade Luz, com o intuito de aprofundar projectos sobre questões de desenvolvimento, que depois semeariam pela América Latina.
Ainda com os ecos e o espírito de Maio 68 soprando, a capital da França era, talvez mais do que depois, terra de asilo, constituindo um centro cosmopolita onde afluíam emigrantes de todas as ilusões e desesperos, inúmeros refugiados de contraditórias ideologias, além de muita gente inquieta, à procura, tanto de sobrevivência, quanto de novos horizontes e libertação.
O espírito de comunidade e de partilha contagiava a esperança dos que acreditavam num mundo melhor, outra terra, mais justa e fraternal.
Então, era normal encontrar, entre os estudantes estrangeiros que frequentavam Estudos para o Desenvolvimento com o pensamento no 3º Mundo, brasileiros, peruanos, chilenos, argentinos, mas também senegaleses, angolanos, guineenses, asiáticos de diversa proveniência, e ainda belgas, suíços, espanhóis, sobretudo do país basco, italianos e portugueses.
Como o Nuno vinha a caminho, coube-nos a sorte e responsabilidade de herdar o berço, enquanto fieis depositários, ficando com a incumbência do empréstimo a quem, acabado de nascer, quisesse aninhar-se em pátria internacional.
Uma após outra, diversas crianças recém nascidas, mais de dezena e meia, encontraram nele aconchego, quinhão e partilha.
Quando finalmente, o 25 de Abril libertou as fronteiras e as grilhetas de um povo que quase desesperava da liberdade, o pequeno ninho comunitário viajou para Portugal, como símbolo de terra libertada, depois de, no exílio, ter sido pátria sonhada.
E foi assim, que, ao longo de quase quatro décadas, foi passando de mão em mão, de família em família, de cidade em cidade, contribuindo para transformar em projecto compartilhado, aquele pequeno e frágil porto de abrigo.
Num mundo, onde competição e vaidades pululam como erva daninha de individualismo egoísta, sabe bem evocar, nesta jangada artesanal de vimes, navegando no tempo e por lugares diferentes, a memória dos afectos, gestos e odores, a lembrança dos primeiros sons, sonos e sonhos, de todos aqueles que no alvor da vida ali encontraram acolhimento, repouso e harmonia, prefigurando uma humanidade que se imagina livre e mais património de todos.
Queluz, 11 de Setembro de 2008
Esaú Dinis, com apoio de Helena Mendes, herdeira inicial e fiel depositária
domingo, 12 de outubro de 2008
No País e no Mundo, de forma Sistémica
Os tempos que correm são uma lição que num instante mostram o que por vezes só ao fim de muito tempo e esforço se consegue transmitir no espaço fechado de uma sala de aulas. Falamos, por exemplo:
- Do fenómeno da globalização e da necessidade de um GOVERNO global, assunto que muitas vezes quando colocado não deixava de provocar em muitos uma ironia indisfarçável e raciocínios do género, para que perdermos tempo com temas destes;
- De termos de saber fazer muitas coisas ao mesmo tempo e a níveis diferentes - isto e aquilo - pensar o mundo, a europa, o país, o nosso concelho ... .
- Do conceito SISTEMA que muits vezes se apresenta, sublinhando-se consistir numa referência científica poderosa para o pensamento e um instrumento prático para a acção, e que quem domine este conhecimento estará muito mais preparado para enfrentar o dia-a-dia e para ver mais longe no futuro.
Lembrei-me disto neste momento em que acabo de ler na internet, no portal sapo, que o Primeiro Ministro José Sócrates está em reunião extraordinária do Conselho de Ministros para aprovarem o Orçamento do Estado que vai ser entregue na próxima terça-feira na Assembleia da República, e que à tarde vai ter uma Reunião em Paris para que os diferentes Estados da zona Euro aprovem intervenções concertadas face à crise mundial que nos rodeia. Por outro lado, tinha acabado de ouvir uma entrevista com Paulo Teixeira Pinto (ex-presidente do Banco BCP) em que o funcionamento enquanto sistema (nomeadamente a propriedade da interdependência das componentes) foi utilizado com grande enfase na argumentação expandida para explicação da crise financeira que vivemos.
E qual a conclusão que queremos tirar? Entre muitas, estudar e reflectir compensa e o que se faz em espaço académico dificilmente tem substituto.
sábado, 4 de outubro de 2008
Educação Para a Cultura
Uma boa notícia: está a ser lançado, durante todo o dia de hoje, o programa da Gulbenkian Educação Para a Cultura, dirigido pelo Professor Rui Vieira Nery . Actividades para todo o ano. Veja o Programa da Festa de Lançamento - entrada livre - e de todas as actividades previstas.
Crise Financeira
Não podemos deixar de nos referir à crise financeira que se está a viver nos Estados Unidos da América. Bom, para sermos mais rigorosas: à crise mundial que está à frente dos nossos olhos. E que tem repercussões no nosso País: quer queiramos ou não existimos para o bem e para o mal neste mundo globalizado. São vários os ângulos pelos quais podemos olhar para esta complexa situação. No âmbito dos 3ap, pensamos que a abordagem na óptica das FUNÇÕES DO ESTADO se impõe. Para os que já deixaram o ISCAL é a continuação do que se debateu em sala de aulas, para os que ainda estão a fazer a licenciatura está na ordem-do-dia.
Para um ponto de situação sobre os USA veja esta notícia do jornal Público, uma entre tantas outras.
Mas o problema já está ser objecto de análise ao mais alto nível na Europa - na União Europeia a que pertencemos - , e uma vez mais os pontos de discórdia, bem vistas as coisas, giram todos em torno das Funções do Estado. Ou será sobre os limites do sistema capitalista? A seguir com atenção.
domingo, 28 de setembro de 2008
Dinâmicas do Sector Público
Com o contributo da Ana Monteiro aqui vão três apontamentos que ajudam a fazer luz sobre o sector público (mais amplo que a Administração Pública), e sobre o conceito e sector de «Organizações sem fins lucrativos», que muitos integram no Sector Público, assentes em notícias da comunicação social, em torno de:
- Custos da vivência em democracia, eventualmente dos que mais se justificam - veja aqui
- Número de funcionários que se vão reformar, o que abre hipóteses, pela lógica natural da renovação, à entrada de novos trabalhadores na Administração Pública - a notícia
- O Terceiro Sector, a Economia Social, também muitas vezes identificados com «organizações sem fins lucrativos» , um destino profissional que os formados em Gestão e Administração Pública pelo ISCAL podem procurar - mais aqui
Sobre «As organizações sem fins lucrativos», o site do Centro de Estudos Cooperativos da Universidade de Coimbra parece-nos ser endereço obrigatório, bem como os dos CIRIEC - International Centre of Research and Information on the Public, Social and Cooperative Economy .
São notícias destas que nos levam a compreender a DIMENSÂO dos sectores, e a empregabilidade que asseguram, que muitos julgam estar maioritariamente nas empresas do mundo dos negócios.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Viver Com Estilo - Festa em Trás-os-Montes
O ISCAL tem sede em Lisboa mas é uma escola nacional, e nesta era da globalização devemos pensá-lo «em grande», como uma escola do mundo. No curso de Gestão e Administração Pública há estudantes de vários pontos do País e também dos PALOPs. Vem isto a propósito de um espectáculo - O Soldado Vigilante - que profissionais prestigiados juntamente com pessoas locais estão a levar a efeito em Anelhe (Vidago) - Concelho de Chaves , e que faz sentido divulgar aqui. Actividades culturais são factor de atracção para as pessoas irem visitar ou se fixarem nos lugares, em suma, para o desenvolvimento das indústrias e cidades criativas no centro de políticas públicas nomeadamente nacionais e europeias. Saiba mais sobre este projecto no Teatro da Rainha . Bem vistas as coisas, os formados pelo ISCAL, nomeadamente os 3ap, têm de estar familiarizados com o que se vive no Portugal profundo. Com a Festa que acontece e que podemos fazer acontecer. Viver com estilo onde quer que esteja!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Parlamento Global
A mensagem que se segue foi enviada pela ANA MONTEIRO - estudante do Curso de Administração Pública do ISCAL, e por conseguinte uma 3ap. Aqui está:
O Parlamento Global é um projecto da SIC, Expresso e Rádio Renascença que pretende aproximar o cidadão da Assembleia da República. «O Parlamento Global quer abrir as portas da Assembleia da República ao país desafiando deputados e cidadãos a dialogarem mais através do BLOGOPOLIS, um conjunto de blogues que agrupa os 22 círculos eleitorais.O projecto é, eminentemente, de serviço público! A sua vocação é produzir conteúdos que interessem aos cidadãos e que despertem a sua consciência cívica. Parte da Assembleia da República mas quer chegar mais longe e mais fundo.» Um espaço interessante deste site está aqui , em que podemos conhecer melhor os deputados através de um vídeo no qual estes respondem a quatro questões:
1. Quem sou eu?
2. Entrei na política porque...
3. A minha relação com o círculo eleitoral
4. O que faço fora da política...
O Parlamento Global tem ainda diversos outros espaços interessantes, como podem confirmar, resta esperar para ver que tipo de tratamento jornalístico irão eles dar à actividade dos partidos na AR.
sábado, 13 de setembro de 2008
Prescindir de um milhão de euros
Acabo de ler esta notícia no jornal SOl online que começa assim:
Reforma
Eanes prescinde de um milhão de euros
Por Helena Pereira e Manuel A. Magalhães
Eanes prescinde de um milhão de euros
Por Helena Pereira e Manuel A. Magalhães
Ramalho Eanes prescindiu dos retroactivos a que tinha direito relativos à reforma como general, que nunca recebeu. O Governo diz ter sondado o ex-Presidente, que não aceitou auferir essa quantia (a qual ascenderia a mais de um milhão de euros). A reforma só começou a ser paga em Julho, mas sem qualquer indemnização relativa ao passado
Veja a notícia completa aqui
Eu gosto de ter referências morais. Mais palavras para quê?
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Grandes Opções do Plano (GOP)
Os profissionais da Administração Pública qualquer que seja a sua função não podem ser indiferentes ao período que se aproxima que leva à discussão do Orçamento do Estado para 2009. Entretanto já estão aprovadas as GOP para o próximo ano, ou seja, as Grandes Opções do Plano. Pode lê-las aqui eventualmente com melhor leitura do que permite o Diário da República.
sábado, 6 de setembro de 2008
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
«História do Futuro»
A «História do Futuro» volume I e II de Padre António Vieira, Sá da Costa Editora, 2008, podem ser encontrados «numa livraria perto de si». Faz bem ler os clássicos. Devagar, nestes tempos acelerados.E uma vez mais atentemos no «Futuro». Não posso deixar de me lembrar de algumas reacções quando no âmbito da unidade curricular «História e Doutrina da Administração Pública» se afirmou que também queriamos contemplar a História do Futuro. Como vemos temos bons ancoradouros. Diga-se que rapidamente a perspectiva foi assimilada.
domingo, 24 de agosto de 2008
Viver Com Estilo - Museu da Electricidade
Se ainda não conhece não perca: pode passar um bom bocado ali, junto ao Tejo, no Museu da Electricidade. E agora, além do permanente, entre outras actividades, tem uma exposição sobre a Callas. Gratuito. Para informações veja aqui
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Fui ao Futuro
Em unidades curriculares do curso de Gestão e Administração Pública, de forma continuada, chama-se a atenção para o facto de termos que analisar, de maneira articulada, o passado, o presente e o futuro.
Também, frequentemente, se comenta que devemos ler outras coisas que não apenas as que estão relaciondas, directamente, com os os conteúdos programáticos. Valem por si, o essencial, mas ajudam-nos a entender e alcançar os objectivos do curso. Neste contexto, a poesia tem merecido destaque.
Ao ler o livro de Nuno Júdice - Geometria Variável - lembrei-me disto, da síntese que só os poetas conseguem. Como, do meu ponto de vista, se pode ver:
Tempo Circular
Andei pela memória à procura de saída,
e encontrei becos, muros, abismos; fui
ao futuro, sabendo que aí é a porta de ontem;
(...)
Então, recomeço tudo, entre passado
e futuro, no campo do presente.
sábado, 16 de agosto de 2008
Estado abre concurso público para seguros e viaturas
Despesa 2008-07-08
Estado poupa 38% na gestão da frota de carrosAgência de Compras Públicas vai lançar 15 concursos este ano. Poupança chega a 25% de uma despesa total de 750 milhões.Mário Baptista. A Agência Nacional das Compras Públicas vai poupar, na gestão dos carros do Estado e durante o próximo ano, cerca de 20 milhões de euros. A ideia do Governo, assim, é reduzir em 38% a factura dos 53 milhões de euros que custa suportar a frota automóvel de 30 mil carros utilizados pelos organismos públicos. Em entrevista ao Diário Económico, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, explica que “o Governo vai poupar entre dez e 20 milhões de euros no próximo ano” com a gestão centralizada da frota automóvel do Estado pela Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP). Só os quase 30 mil carros ligeiros de que o Estado é dono geram uma despesa de 53 milhões de euros por ano, que deverá ficar-se pelos 33 milhões em 2009, ou seja, menos 38%.Ainda este mês, será lançado o concurso público para que os privados se candidatem à gestão dos carros do Estado. O modelo utilizado é o chave na mão, ou seja, o Estado contrata com uma só entidade todos os serviços necessários, desde a compra até à reparação, manutenção e gestão dos seguros. “Vamos contratar tudo com uma só entidade, em vez de termos uma atomicidade de relações entre os diversos serviços e múltiplos fornecedores de forma menos controlada”. Assim, garante Costa Pina, ao introduzir “uma lógica de ‘outsourcing’ puro”, conseguem-se preços melhores e transfere-se toda a responsabilidade para uma só entidade. Com a entrada em funcionamento da ANCP, os ministérios, empresas estatais e institutos públicos acabam por perder alguma autonomia. Nos documentos que explicam o funcionamento, os métodos e os objectivos desta nova Agência, refere-se explicitamente que “é vedada a aquisição directa de viaturas pelos organismos sem intervenção directa da ANCP”.Ainda assim, os poderes são limitados. Esta entidade que funciona na dependência do Ministério das Finanças “não tem poderes sobre as características dos bens e serviços a contratar, apenas congrega os pedidos e obtém as melhores condições”, disse Costa Pina.Uma das grandes preocupações neste novo formato de gestão é o ambiente: “Fomos muito ambiciosos e vamos obrigar a que, até 2010, 65% dos carros presentes na frota do Estado tenham preocupações ambientais”, conclui.
http://www.ancp.gov.pt/Noticias/Pages/estado_poupa_na_gestao_frota_carros.aspx
Estado poupa 38% na gestão da frota de carrosAgência de Compras Públicas vai lançar 15 concursos este ano. Poupança chega a 25% de uma despesa total de 750 milhões.Mário Baptista. A Agência Nacional das Compras Públicas vai poupar, na gestão dos carros do Estado e durante o próximo ano, cerca de 20 milhões de euros. A ideia do Governo, assim, é reduzir em 38% a factura dos 53 milhões de euros que custa suportar a frota automóvel de 30 mil carros utilizados pelos organismos públicos. Em entrevista ao Diário Económico, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, explica que “o Governo vai poupar entre dez e 20 milhões de euros no próximo ano” com a gestão centralizada da frota automóvel do Estado pela Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP). Só os quase 30 mil carros ligeiros de que o Estado é dono geram uma despesa de 53 milhões de euros por ano, que deverá ficar-se pelos 33 milhões em 2009, ou seja, menos 38%.Ainda este mês, será lançado o concurso público para que os privados se candidatem à gestão dos carros do Estado. O modelo utilizado é o chave na mão, ou seja, o Estado contrata com uma só entidade todos os serviços necessários, desde a compra até à reparação, manutenção e gestão dos seguros. “Vamos contratar tudo com uma só entidade, em vez de termos uma atomicidade de relações entre os diversos serviços e múltiplos fornecedores de forma menos controlada”. Assim, garante Costa Pina, ao introduzir “uma lógica de ‘outsourcing’ puro”, conseguem-se preços melhores e transfere-se toda a responsabilidade para uma só entidade. Com a entrada em funcionamento da ANCP, os ministérios, empresas estatais e institutos públicos acabam por perder alguma autonomia. Nos documentos que explicam o funcionamento, os métodos e os objectivos desta nova Agência, refere-se explicitamente que “é vedada a aquisição directa de viaturas pelos organismos sem intervenção directa da ANCP”.Ainda assim, os poderes são limitados. Esta entidade que funciona na dependência do Ministério das Finanças “não tem poderes sobre as características dos bens e serviços a contratar, apenas congrega os pedidos e obtém as melhores condições”, disse Costa Pina.Uma das grandes preocupações neste novo formato de gestão é o ambiente: “Fomos muito ambiciosos e vamos obrigar a que, até 2010, 65% dos carros presentes na frota do Estado tenham preocupações ambientais”, conclui.
http://www.ancp.gov.pt/Noticias/Pages/estado_poupa_na_gestao_frota_carros.aspx
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Dia Internacional da Juventude
Os dias de «qualquer coisa» provocam-me sentimentos diversos: percebo a importância simbólica a que em muitas circunstâncias adiro de forma natural e mesmo empenhada (é o que me acontece com o 1º. de Maio, por exemplo) mas noutros casos parecem-me sem qualquer efeito. E temos que concordadar que há cada vez mais falta de imaginação para comemorar os tais dias. Vem isto a propósito do «Dia Internacional da Juventude» que dei por ele hoje quando já tinha sido ontem. Pode dizer-se que é porque não estou nos abrangidos, embora o limite máximo seja cada vez mais alto. O Governo, no seu portal, assinalou com isto . Que pouco!
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Alexandre Soljenitsine
Há poucos dias morreu Alexandre Soljenitsine. Para quem não conhece, a sua morte pode ser o momento para se iniciar na sua obra. É dele o seguinte:
“Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sob o vosso poder. Ele volta a ser inteiramente livre”
Como ponto de partida, veja, por exemplo, aqui
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Silly Season
Não há jornal que se leia que não apareça por lá alguma referência à estação ( e ao mês ) que estamos a viver - o Verão e o mês de Agosto. Recorre-se à expressão inglesa «Silly Season» ou à sua tradução - estação parva, estação pateta, estação idiota, ... . O «mês mais cruel» também se encontra. Eu gosto do Verão e do mês de Agosto. Agosto é o melhor mês para se estar em Lisboa. Mesmo que a mercearia onde se costuma comprar a fruta esteja fechada para férias, não se tenha a cabeleireira habitual pelos mesmos motivos, e alguns dos amigos estejam «em férias». Mas há o contrário: o ar está mais puro porque há menos carros; há as reposições dos filmes que não se teve oportunidade de ver; «tempo junto» para se ler um livro de enfiada; as praias da Caparica com as suas dunas «únicas» a perder de vista; os encontros com os amigos que também gostam de Lisboa no Verão; ... E nos intervalos, até se pode repensar o «trabalho» que se anda a tentar fazer durante o ano com outro ritmo... . Enfim, o Verão é que é a estação. O mal está quando já não é verão mas sim uma mistura de estações. Eu gosto do Verão e do mês de Agosto: com sol e calor. E em Lisboa. E até é um bom motivo para recordar Ruy Belo:
«(...)
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir que era o verão a única estação
(...)
«(...)
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir que era o verão a única estação
(...)
domingo, 3 de agosto de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Processos
No ISCAL, no ramo Gestão e Administrção Pública, da Licenciatura em Contabilidade e Administração, existe uma Unidade Curricular designada Processos Técnico-Administrativos. É aquilo que se pode apelidar de uma UC «modernaça» toda ela à volta do conceito «Processo», que já não é tão moderno quanto isso, mas que tem vindo a ser actualizado e melhorado. Curiosamente, para quem está de fora não dá ao «processo» a importância que tem, havendo quem pense num significado corrente. E quando se afirma que o conceito «processo» prepassa a Reforma da Administração Pública, podendo-se afirmar que é inerente a muito do que se está a concretizar na esfera do SIMPLEX ainda há quem fique mais surpreso. É de lembrar que este blog 3ap faz parte de um Processo também designado 3ap e que concretiza o Trabalho Prático da UC (agora até se percebe melhor a Visão e missão ao lado que está em aperfeiçoamento). Bom, dito isto, muitos ficarão a perceber que a UC não se debruça apenas sobre o que se está a fazer mas como se poderia fazer utilizando o conceito. Esperemos que este discurso possa levar a que haja quem a partir daqui se interesse pela «Processos Técnico-Administrativos». Quem a tem frequentado, com rigor, tem gostado e disso até tem havido testemunhos públicos.
Para quem queira saber sobre o assunto, inevitavelmente, tem de fazer uma incursão pela Reengenharia de Michael Hammer e James Champy, (1992) e mais recentemente pela A Agenda (2004) apenas do primeiro e que por exemplo tem um Capítulo intitulado «Coloque os Processos em primeiro lugar». Mas hà outros autores, por exemplo, Davenport, e as «actividades» de Michael Porter têm também de estar presentes.
Tudo isto porque consideramos que «processos» não podem ser estranhos, nos dias que correm, a qualquer técnico em actividade nas Administrações Públicas.
Sobre Michael Hammer
sábado, 19 de julho de 2008
Nelson Mandela
Por mera coincidência, estava na Á frica do Sul quando Nelson Mandela foi libertado. Foi das atmosferas mais festivas que vivi ao longo da minha vida, comparada com a que tinha sentido no nosso 25 de Abril. Em ambas as situações pairava também a preocupação. Mandela está a fazer 90 anos. E o mundo aproveita a ocasião para o homenagear. Associemo-nos ao acontecimento.
A notícia de hoje do Jornal Público sobre este momento:
Mandela pede que ricos ajudem os pobres na África do Sul
19.07.2008, Jorge Heitor
Festejos em família dos 90 anos daquele a quem Tutu chamou o "mais admirado estadista do mundo"
Nelson Mandela, o primeiro Presidente negro da África do Sul, aproveitou ontem o dia do seu 90.º aniversário, na aldeia natal, Qunu, 960 quilómetros a sul de Joanesburgo, para pedir aos ricos que façam mais pelos pobres: "Quando se é pobre, não se consegue viver até tarde", disse entre apelos para o fim das desigualdades no seu país. "Há muitos ricos na África do Sul e podem partilhar as suas riquezas com os que não têm a hipótese de sair da pobreza."Ao celebrar no mesmo dia o déci-mo aniversário do seu casamento com a moçambicana Graça Machel, Mandela passou o dia com a família, na província do Cabo Oriental, onde se organizou um torneio de futebol, um concerto pop e um almoço para 500 políticos, antigos combatentes da luta contra o apartheid e outros convidados. "Ele é simplesmente um marido maravilhoso... e juntos apreciamos cada dia como se fosse o último", disse a ex-primeira-dama da África do Sul e de Moçambique. O antecessor de Mandela, e último Presidente branco, Frederik de Klerk, referiu-se-lhe como uma das maiores figuras deste último século e os correios sul-africanos lançaram uma emissão especial de dois milhões de selos. "Nelson Mandela usou o seu charme pessoal... para moldar as nossas várias comunidades numa nação multicultural emergente", disse Frederik de Klerk. O arcebispo anglicano Desmond Tutu, tal como os dois ex-presidentes distinguido com um Nobel da Paz, afirmou: "Tornou-se o mais admirado estadista do mundo, um ícone do perdão e da reconciliação, um colosso moral".O sucessor, Thabo Mbeki, considerou que "a sua vida e trabalho corporizam o que os seres humanos devem ser". E o novo líder do ANC, Jacob Zuma, proclamou: "Viva a mágica de Madiba" (nome tradicional).Sob o título de Hunger for Freedom, foi lançado um livro, da antropóloga Anna Trapido, que se apresenta como uma "história gastro-política" do homenageado, explicando o seu gosto muito especial pela comida indiana e africana: o seu primeiro jantar, ao sair da cadeia, em Fevereiro de 1990, foi caril de frango; e quando assumiu a chefia do Estado deu instruções para que o mordomo responsável pelas residências presidenciais fosse alguém que soubesse cozinhar biryani, um prato de arroz da Ásia Meridional.
19.07.2008, Jorge Heitor
Festejos em família dos 90 anos daquele a quem Tutu chamou o "mais admirado estadista do mundo"
Nelson Mandela, o primeiro Presidente negro da África do Sul, aproveitou ontem o dia do seu 90.º aniversário, na aldeia natal, Qunu, 960 quilómetros a sul de Joanesburgo, para pedir aos ricos que façam mais pelos pobres: "Quando se é pobre, não se consegue viver até tarde", disse entre apelos para o fim das desigualdades no seu país. "Há muitos ricos na África do Sul e podem partilhar as suas riquezas com os que não têm a hipótese de sair da pobreza."Ao celebrar no mesmo dia o déci-mo aniversário do seu casamento com a moçambicana Graça Machel, Mandela passou o dia com a família, na província do Cabo Oriental, onde se organizou um torneio de futebol, um concerto pop e um almoço para 500 políticos, antigos combatentes da luta contra o apartheid e outros convidados. "Ele é simplesmente um marido maravilhoso... e juntos apreciamos cada dia como se fosse o último", disse a ex-primeira-dama da África do Sul e de Moçambique. O antecessor de Mandela, e último Presidente branco, Frederik de Klerk, referiu-se-lhe como uma das maiores figuras deste último século e os correios sul-africanos lançaram uma emissão especial de dois milhões de selos. "Nelson Mandela usou o seu charme pessoal... para moldar as nossas várias comunidades numa nação multicultural emergente", disse Frederik de Klerk. O arcebispo anglicano Desmond Tutu, tal como os dois ex-presidentes distinguido com um Nobel da Paz, afirmou: "Tornou-se o mais admirado estadista do mundo, um ícone do perdão e da reconciliação, um colosso moral".O sucessor, Thabo Mbeki, considerou que "a sua vida e trabalho corporizam o que os seres humanos devem ser". E o novo líder do ANC, Jacob Zuma, proclamou: "Viva a mágica de Madiba" (nome tradicional).Sob o título de Hunger for Freedom, foi lançado um livro, da antropóloga Anna Trapido, que se apresenta como uma "história gastro-política" do homenageado, explicando o seu gosto muito especial pela comida indiana e africana: o seu primeiro jantar, ao sair da cadeia, em Fevereiro de 1990, foi caril de frango; e quando assumiu a chefia do Estado deu instruções para que o mordomo responsável pelas residências presidenciais fosse alguém que soubesse cozinhar biryani, um prato de arroz da Ásia Meridional.
Para se manter a par veja Nelson Mandela Foundation
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Viver Com Estilo - os toldos no Jardim da Gulbenkian
No Verão o Jardim da Gulbenkian tem uma atracção adicional: os toldos colocados nos passeios onde não há árvores. Só por eles vale uma visita. Uma leitora do 3ap mandou-nos uma série de fotografias que iremos mostrando aqui ao longo destes meses quentes. Mas o melhor é ir lá. Usufruir daquela sombra. As crianças ficam deslumbradas.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Gary Hamel
Voltemos ao livro O Futuro da Gestão, de que não paro de tirar ensinamentos. Entre eles a teorização de muitas situações que temos oportunidade de vivenciar em situações de trabalho. E estamos em crer que muitos funcionários públicos podem testemunhar o mesmo. Mas Gary Hamel no seu livro centra-se nas empresas. Pelos vistos, as administrações públicas e as empresas do mundo dos negócios são semelhantes em muitas coisas. Não admira, ambas são organizações, com aspectos comuns e, depois, diferentes. Uma passagem, como ilustração:
Parece haver algo nas organizações modernas que esgota a adapatbilidade e a criatividade naturais dos seres humanos, algo que arranca literalmente estas qualidades dos colaboradores durante as horas do dia. E de quem á a culpa? Os princípios e os processos de gestão que promovem a disciplina, pontualidade, poupança, racionalidade e ordem dão, ao mesmo tempo, pouco valor ao talento artístico, ao não conformismo, à audácia e ao entusiasmo. Dito de forma simples, a maior parte das empresas é apenas parcialmente humana, porque só tem espaço para uma parte das qualidades e capacidades que fazem de nós humanos. Milhares de milhões de pessoas vão trabalhar todos os dias, só que muitas são sonâmbulas. Como consequência, temos empresas a trabalhar sistematicamente abaixo do seu potencial»
Saiba mais sobre Gary Hamel
quinta-feira, 10 de julho de 2008
6.º Congresso Nacional da Administração Pública
De todas as vezes em que assisti a Congressos da Administração Pública achei que tinha sido muito proveitoso. Foram sempre bons momentos para me aperceber de uma visão global da Administração Pública nacional e em confronto com outros países.Já está anunciado o sexto. Para saber mais visite o INA.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Viver Com Estilo - Férias Sustentáveis
Está na hora de introduzirmos aqui, no 3ap, o tema do Desenvolvimento Sustentável cujo conceito de há muito anda à volta do seguinte:
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades.
O Desenvolvvimento Sustentável é uma questão mundial e exige a atenção de todos: dos governos, das empresas e demais organizações, das famílias, e de cada pessoa.
Neste momento está reunido o G8 - o grupo dos oito paises mais ricos do mundo - e estas questões fazem parte da Agenda.
Mas nós aqui queremos introduzi-lo a propósito das Férias. Para isso veja as dicas da WWF
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Harvard Business Review
A muitos já ouvi recomendar que escolhamos as nossas fontes privilegiadas de informação. Eu mesma já o faço agora, depois de verificar o quanto isso nos facilita a vida, nomeadamente como profissionais. A Harvard Business Review é para mim «sagrada». Dá-nos sempre bons «endereços», até na publicidade. No último número (especial) - Julho/Agosto - há uma anúncio da IBM que me deixou curiosa sobre «THE IBM GLOBAL CEO STUDY» , que contém uma nota: DOWNLOAD «THE ENTERPRISE OF THE FUTURE" AT IBM.com/DOING/CEOSTUDY.
Imediatamene, lembrei-me do livro «The Organization of the Future» (1997), da Fundação Drucker, com tradução em português, editado pela Europa-América, e fui logo fazer download.É grátis.
Imediatamene, lembrei-me do livro «The Organization of the Future» (1997), da Fundação Drucker, com tradução em português, editado pela Europa-América, e fui logo fazer download.É grátis.
Só dei, ainda, uma olhadela, mas esta quase coincidência de título não deixa de nos chamar a atenção para a importância do Futuro na esfera das organizações.
Aqui está um bom desafio para debate: discutir o futuro, na circunstância, para as organizações, sejam elas dos negócios, ou as outras - sem fins lucrativos, o caso das da Administração Pública - a partir, por exemplo, das duas obras aqui referidas.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Viver Com Estilo - Festival de Almada
Se gosta de Teatro certamente que já conhece o Festival de Almada, na sua 25ª edição, e então é só para lembrar que aí está o de 2008.
Para quem «não vai ao Teatro», não perca esta oportunidade para começar «em grande». São vários dias, em diversos espaços: em Almada, e no outro lado do Tejo - em Lisboa.
Mas o melhor é ver aqui em Companhia de Teatro de Almada o desenrolar da festa.
Um destaque particular: O Festival de 2008 homenageia o Pintor João Vieira que ao longo da sua carreira tem trabalhado muito para Teatro. Um artista plástico prestigiado num festival com qualidade: tudo certo.
terça-feira, 1 de julho de 2008
SINAIS n.º 8
O objectivo principal é comunicar a saída da SINAIS nº. 8, que, como muitos já sabem, costuma ser divulgada no site do ISCAL, nas Notícias.
Mas, podemos tecer aqui um comentário, na linha do que debatemos em sala de aulas: como se vê devemos dominar metodologias e instrumentos que existem. Perguntas que se impõem: e não poderiam ser enunciados quais são eles? E em que escolas são ensinados? E nos serviços em que não exista ninguém que saiba essas metodologias e instrumentos? Recorre-se a outsourcing? E será que temos assim tantas empresas especilizadas em avaliação de desempenho de serviços, e em particular de serviços públicos? Temos de concordar que são muitas questões. Talvez como epílogo deste «post» um reflexão: pensamos que qualquer conhecedor da matéria que leia a Lei nº. 66-B/2007 de 28 de Dezembro, ou seja, a Lei que instiui o SIADAP, que se refere à Avaliação do Desempenho dos Serviços, dos Dirigentes e dos demais Trablhadores, não pode deixar de reconhecer que o sistema tem subjacente «metodologias e instrumentos de avaliação consagrados». No entanto, por outro lado, caso se conheça a Administração Pública, não poderá deixar de ficar apreensivo quanto à sua implementação. E aqui os dirigentes e chefias são determinantes. E muitos deles, não nos atrevemos a dizer a maioria, até dificilmente serão interlocutores dos especialistas. Eu gostava de estar enganada.
Bom, perante este cenário, é claro que os formados pelo ISCAL têm - fica bem dizê-lo aqui - uma vantagem competitiva.
Mas, podemos tecer aqui um comentário, na linha do que debatemos em sala de aulas: como se vê devemos dominar metodologias e instrumentos que existem. Perguntas que se impõem: e não poderiam ser enunciados quais são eles? E em que escolas são ensinados? E nos serviços em que não exista ninguém que saiba essas metodologias e instrumentos? Recorre-se a outsourcing? E será que temos assim tantas empresas especilizadas em avaliação de desempenho de serviços, e em particular de serviços públicos? Temos de concordar que são muitas questões. Talvez como epílogo deste «post» um reflexão: pensamos que qualquer conhecedor da matéria que leia a Lei nº. 66-B/2007 de 28 de Dezembro, ou seja, a Lei que instiui o SIADAP, que se refere à Avaliação do Desempenho dos Serviços, dos Dirigentes e dos demais Trablhadores, não pode deixar de reconhecer que o sistema tem subjacente «metodologias e instrumentos de avaliação consagrados». No entanto, por outro lado, caso se conheça a Administração Pública, não poderá deixar de ficar apreensivo quanto à sua implementação. E aqui os dirigentes e chefias são determinantes. E muitos deles, não nos atrevemos a dizer a maioria, até dificilmente serão interlocutores dos especialistas. Eu gostava de estar enganada.
Bom, perante este cenário, é claro que os formados pelo ISCAL têm - fica bem dizê-lo aqui - uma vantagem competitiva.
sábado, 28 de junho de 2008
O Futuro da Gestão
Estou a ler, melhor, a estudar o livro «O Futuro da Gestão» de Gary Hamel com Bill Breen, da editora Actual, e pensei que só no fim é que iria dizer aqui alguma coisa a partir do que tinha aprendido com ele. Mas não resisto, e embora já vá adiantada, apeteceu-me, partilhar, desde já, mais esta excelente obra de Gary Hamel, de quem sou fã desde que contactei com o seu trabalho. O que sempre me impressionou nele, embora nunca o tenha visto escrito, é parecer que tem como adquirido que todos sabemos as mesmas coisas, ou que essa é a nossa obrigação, e que o que ele apresenta são passos em frente, novas formas de abordar as situações, a que se adere ou não. E ele próprio reconhece que muitos vão achar que o que propõe é demasiado estranho, demasiado revolucionário, embora as suas propostas sempre estejam bem fundamentdas. Uma passagem ilustrativa:
«(...) O que distingue a nossa era de qualquer outra não é o impacto nivelador da comunicação no mundo, nem a ascensão económica da China e da Índia, nem a degradação do clima, nem o ressurgimento de animosidades antigas entre religiões. Pelo contrário, é a frenética aceleração do ritmo da mudança.(...) Daí que a pergunta mais importante para qualquer empresa do século XXI seja esta: estamos a mudar tão rapidamente como o mundo à nossa volta? Como já vimos, a resposta para a maioria das empresas é "não"».
Se é assim, então para aqueles que dizem que a Administrção Pública deve seguir as empresas, o melhor é pensar-se um bocado, e reparar se não será apenas com algumas que se pode aprender ... Com aquelas que já mudaram de paradigma, que estão verdadeiramente no sec. XXI.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Ainda: Intelligent Life
A pedido de leitores do Blogue 3ap aqui vai o link para informação sobre assinaturas da Intelligent Life
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Sites dos Ministérios e Portais -1
Estudantes e docentes de Administração Pública do ISCAL são utilizadores assíduos do Portal do Governo, e em mais do que uma ocasião teceram-se elogios à informação que proporciona. Contudo, recentemente, tem havido comentários no sentido de que há endereços em Ministérios que não nos levam ao dito. Penso que podemos aqui neste Blog - contribuidores e comentadores - fazer um levantamento do que se passa, depois analisar a situação, e quem sabe, de seguida, fazer sugestões ao Governo para que o acesso à informação sobre a Administração Pública Central, nomeadadmente enquanto aparelho estatal, seja rápido e com lógica. E, eventualmente, dever seguir-se um padrão comum.
Para começar, testei O Ministério das Finanças e O Ministério da Cultura. No primeiro sou conduzida a Ministério das Finanças, mas para o segundo, de facto, vou ter a Portal da Cultura e aparece-nos Ministério da Cultura «em pé de igualdade» com «Organismos», por exemplo. Estão confirmados os comentários, mas vamos continuar a averiguar antes de tirarmos conclusões.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Viver Com Estilo - «A consistência dos sonhos»
No Palácio Nacional da Ajuda, Galeria D. Luís I, está uma exposição - A consistência dos sonhos - sobre José Saramago. Antes do mais, pensamos que é uma exposição muito bem feita e só por isso vale a pena ir observar o que é, do nosso ponto de vista, um trabalho profissional de qualidade. Mas, depois, há todo aquele ambiente que nos impele a ler o que ainda não se leu, ou a reler o que já se conhece. No meu caso, penso que vou voltar ao O ano da morte de Ricardo Reis que li de enfiada numa noite. E vou voltar à Exposição em visita guiada.
Bom, e pode aproveitar para apreciar aquela vista maravilhosa sobre o Tejo a partir da Ajuda.
Quanto a preços, a Entrada mais cara são 3€.
Saiba mais no Instituto Português dos Museus
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Reforma da Função Pública
Numa recente edição do Diário Económico vem um artigo intitulado “Setenta respostas sobre as mudanças na função pública”. Como é uma matéria tão vasta, complexa e susceptível de discordâncias irei dividir o comentário em duas partes, sendo a primeira destinada a traçar a situação actual, e à explicitação da mobilidade especial, e a segunda parte destinada ao sistema de progressões nas carreiras, vínculos, avaliação de desempenho e ainda ao sistema ou sub sistema de segurança social.
Interessa em primeiro lugar traçar o panorama actual da Função Pública (FP), que conta com 13% dos trabalhadores empregados em todo o país, onde as progressões nas carreiras pré PRACE eram praticamente automáticas, baseando-se principalmente em tempo de serviço. Com as necessidades de controlo da despesa e com o intuito de melhorar o serviço Público, inspirando-se no modelo utilizado pelas empresas, surge o PRACE.
Tudo começou com a tentativa de diminuir o peso da FP, e para tal procedeu-se já à regra de “2 por1”, que consiste na contratação de uma pessoa por cada duas que saem da FP. Aliando isto ao programa de mobilidade especial e ao incentivo à pré - reforma, o Governo conseguiu até agora diminuir a FP em mais de 40 000 trabalhadores.
A mobilidade especial conta actualmente com uma bolsa de excedentários com 1734 trabalhadores, sendo que apenas cerca de 11% já saíram desta situação, quer através de recolocação na FP, quer através de licenças extraordinárias para trabalharem no sector privado.
Mas o que é afinal a mobilidade especial? Devido à reorganização dos serviços, os funcionários que estão “a mais” são colocados em bolsas de excedentários à espera de nova recolocação. Durante o tempo de espera estes funcionários serão pagos para não trabalhar, mas apenas receberão o ordenado por inteiro durante os dois primeiros meses, a partir dos quais irão receber 5/6 do salário durante 10 meses. Estas duas fases distintas chamam-se de transição e requalificação, respectivamente. A fase final deste processo é a compensação, que além de ser por tempo indeterminado, apenas se paga 4/6 do salário.
É importante referir ainda que os trabalhadores nesta situação terão acesso a subsídio de férias e que quem quiser aderir, por sua livre e espontânea vontade a este programa terá algumas regalias em relação aos seus colegas lá colocados.
A segunda parte deste postal será publicada, provavelmente depois de dia 25 (exame de PTA).
Saudações iscalinas
Interessa em primeiro lugar traçar o panorama actual da Função Pública (FP), que conta com 13% dos trabalhadores empregados em todo o país, onde as progressões nas carreiras pré PRACE eram praticamente automáticas, baseando-se principalmente em tempo de serviço. Com as necessidades de controlo da despesa e com o intuito de melhorar o serviço Público, inspirando-se no modelo utilizado pelas empresas, surge o PRACE.
Tudo começou com a tentativa de diminuir o peso da FP, e para tal procedeu-se já à regra de “2 por1”, que consiste na contratação de uma pessoa por cada duas que saem da FP. Aliando isto ao programa de mobilidade especial e ao incentivo à pré - reforma, o Governo conseguiu até agora diminuir a FP em mais de 40 000 trabalhadores.
A mobilidade especial conta actualmente com uma bolsa de excedentários com 1734 trabalhadores, sendo que apenas cerca de 11% já saíram desta situação, quer através de recolocação na FP, quer através de licenças extraordinárias para trabalharem no sector privado.
Mas o que é afinal a mobilidade especial? Devido à reorganização dos serviços, os funcionários que estão “a mais” são colocados em bolsas de excedentários à espera de nova recolocação. Durante o tempo de espera estes funcionários serão pagos para não trabalhar, mas apenas receberão o ordenado por inteiro durante os dois primeiros meses, a partir dos quais irão receber 5/6 do salário durante 10 meses. Estas duas fases distintas chamam-se de transição e requalificação, respectivamente. A fase final deste processo é a compensação, que além de ser por tempo indeterminado, apenas se paga 4/6 do salário.
É importante referir ainda que os trabalhadores nesta situação terão acesso a subsídio de férias e que quem quiser aderir, por sua livre e espontânea vontade a este programa terá algumas regalias em relação aos seus colegas lá colocados.
A segunda parte deste postal será publicada, provavelmente depois de dia 25 (exame de PTA).
Saudações iscalinas
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Função Pública
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Autoformação
«Formação ao longo da vida» é um assunto consensual. Mas parece-nos consensual em termos do princípio, porque a sua concretização levanta problemas. (Veja-se o caso dos estudantes-trabalhadores). Posso estar distraída, mas não tenho dado conta de grandes reflexões ou tomadas de posição sobre esta matéria. E os problemas existem: quanto à formação que cada um deve realizar, onde ir buscar dinheiro para o efeito, e o tempo necessário. Neste quadro, lembrei-me de chamar aqui a atenção para a «Autoformação» que está instituida na Administração Pública, e que constatei é do desconhecimento de muitos. Esta formação é da inicitiva do trabalhador, é financiada por ele, e para isso é-lhe concedido o tempo necessário, dentro dos limites previstos na legislação. Veja o detalhe no
Decreto-Lei 50/98 ( http://dre.pt/pdf1sdip/1998/03/059A00/09440950.PDF
e no Decreto-Lei 174/2001 (http://dre.pt/pdf1sdip/2001/05/126A00/31963197.PDF
Por aqui, resolveremos a questão das ausências ao serviço.
Quanto à natureza da formação, pensamos que cada um deve ter isso por sua conta, e tentar localizar fontes de informação adequadas, mas a comunicação social é à partida uma das vias. Há também os sindicatos e demais associações profissionais, por exemplo. No que diz respeito ao financiamento, encontramos muita formação, abrangida pela autoformação, gratuita. Entre ontem e hoje, ao abrigo da autoformação, e de forma gratuita, beneficiei do seguinte:
- Conferência «O Consumidor na Sociedade da Informação», da iniciativa da APDSI (gratuito)
- Colóquio «Atlas do Ambiente», da iniciativa do Monde Diplomatique (gratuito)
- Conferência«Cidades Aeroportuárias», de iniciativa da CCD da Região de Lisboa e Vale do
Por coincidência todas estas inicativas se realizaram na Fundação Calouste Gulbenkian. E, objectivamente, foram de grande qualidade. Nelas participaram dos melhores especialistas, nacionais e estrangeiros. (Por vezes há ideia errada de que se é gratuito é porque não tem valor. Não me parece que este deva ser o critério).
O 3ap pode ter aqui um papel relevante, dando dicas aos seus membros. E para já, podemos utilizar este blogue, como aliás já fizemos.
Decreto-Lei 50/98 ( http://dre.pt/pdf1sdip/1998/03/059A00/09440950.PDF
e no Decreto-Lei 174/2001 (http://dre.pt/pdf1sdip/2001/05/126A00/31963197.PDF
Por aqui, resolveremos a questão das ausências ao serviço.
Quanto à natureza da formação, pensamos que cada um deve ter isso por sua conta, e tentar localizar fontes de informação adequadas, mas a comunicação social é à partida uma das vias. Há também os sindicatos e demais associações profissionais, por exemplo. No que diz respeito ao financiamento, encontramos muita formação, abrangida pela autoformação, gratuita. Entre ontem e hoje, ao abrigo da autoformação, e de forma gratuita, beneficiei do seguinte:
- Conferência «O Consumidor na Sociedade da Informação», da iniciativa da APDSI (gratuito)
- Colóquio «Atlas do Ambiente», da iniciativa do Monde Diplomatique (gratuito)
- Conferência«Cidades Aeroportuárias», de iniciativa da CCD da Região de Lisboa e Vale do
Tejo e da Ordem dos Economistas (era a pagar, mas para os inscritos na ORDEM era por convite, o nosso caso).
Por coincidência todas estas inicativas se realizaram na Fundação Calouste Gulbenkian. E, objectivamente, foram de grande qualidade. Nelas participaram dos melhores especialistas, nacionais e estrangeiros. (Por vezes há ideia errada de que se é gratuito é porque não tem valor. Não me parece que este deva ser o critério).
O 3ap pode ter aqui um papel relevante, dando dicas aos seus membros. E para já, podemos utilizar este blogue, como aliás já fizemos.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
E, no fim, Ganha a Alemanha
Gosto de futebol. E, gosto tanto da Selecção Nacional como do Benfica. Ou será que gosto mais do Benfica? É melhor não averiguar. Não vi o jogo com a Alemanha, (estive a fazer vigilância a exame). Mas se fosse avaliar pelo resultado 3-2, até é um resultado que aprecio (pena que não tivesse sido a nosso favor) entre grandes equipas. Gosto de golos. E não gosto de empates. Parece que Portugal não esteve feliz esta noite. Mas está entre os grandes da Europa, que nos sirva de consolo, e de orgulho. Mas já se sabe: ao mesmo tempo que queremos tudo, saltamos para o oposto facilmente, parecendo que não sabemos conviver com a realidade. O que não gosto nestas ocasiões é de todos os canais de televisão (ou quase todos) estarem preenchidos com o futebol. Será que na Alemanha também é assim? Hei-de saber.
Bom, parece que nada disto tem a ver com isto, mas apeteceu-me, e se calhar até tem:
comemoram-se os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa, e no dia 25, na Biblioteca Nacional, vai haver acontecimento a propósito. Quem sabe, se nos pudermos juntar à efeméride, indo ao colóquio ou através de outro acto, não diminuimos a decepção de hoje com o futebol. Cá por mim é isso que vou fazer. Ler um poema de Pessoa nunca desilude. Como de muitos outros poetas. E nossos Poetas. Quando muito, o efeito, dependerá do gosto, e do momento.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Disciplinas Isoladas
O 3ap, como decorre da identificação do Blog, pretende vir a ser um núcleo dentro da Associação dos Antigos Alunos do ISCAL, dos formados em Gestão e Administração Pública. Incluimos, naturalmente, por exemplo, os que detêm a Licenciatura Bietápica em Administração Pública. Ora, na actual Licenciatura, modelo «Bolonha», há unidades curriculares novas que poderão interessar a antigos formados. E há a modalidade «Disciplinas Isoladas» que facilita a frequência. É para isto que queremos chamar a atenção. Para saber mais clique aqui: Disciplinas Isoladas
terça-feira, 17 de junho de 2008
Viver Com Estilo - Jardim da Gulbenkian
O 3ap tem nos seus objectivos dar sugestões aos seus membros, como dizer, para ocupação dos tempos livres. Melhor, dar ideias para que a vida não seja apenas trabalho. Inspirámo-nos na Intelligent Life da Economist. Pensou-se mesmo virmos a fazer também a nossa revista. Apenas online. Enquanto isso não acontece, este blog vai ser a plataforma comum de comunicação entre os 3aps. Assim, uma ideia para o próximo fim-de-semana: uma visita ao jardim da Gulbenkian. Para mim, um must. E há ainda as exposições. E, ao domingo, free.
Entretanto, pode começar já a dar uma espreitadela, clique aqui. Mas é claro que nisto nada substitui o real. Ah! aquele o cheiro! Aquela luz! Uma pérola no meio da cidade.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Telemóveis e Saúde
A notícia seguinte, retirada do jornal Público de hoje, pensamos que interessa a todos: aos que não morrem de amor pelo telemóvel - como é o meu caso - como a todos os outros.
Um grupo de 19 cientistas e investigadores na área do cancro publicou ontem no periódico francês Journal du Dimanche um apelo para que sejam tomadas medidas de precaução relacionadas com o uso de telemóveis, sobretudo por crianças com menos de 12 anos. Os especialistas defendem que não existem conclusões definitivas de que o uso de telemóveis é inofensivo para a saúde.A iniciativa foi coordenada pelo professor de Psiquiatria David Servvan-Screiber, da Universidade de Pittsburgh. O apelo é subscrito maioritariamente por cientistas franceses, mas também da Itália, da Holanda ou dos Estados Unidos. "Estamos hoje na mesma situação que há 50 anos em relação ao amianto ou ao tabaco", disse ao Journal du Dimanche Thierry Bouillet, especialista em cancro do hospital francês Avicenne de Bobigny, junto a Paris. "Ou não fazemos nada, e aceitamos o risco, ou admitimos que há um conjunto de argumentos científicos inquietantes."No apelo são sugeridas diversas precauções, como proibir o uso de telemóveis pelos menores de 12 anos, excepto em caso de emergência. Mas não só: os aparelhos devem ser mantidos a um metro do corpo e deve usar-se o sistema mãos-livres. Sempre que possível, também deve optar-se pelo envio de mensagens escritas.No apelo é sublinhado que não existe uma prova formal de que o uso de telemóveis é nocivo para a saúde, mas defende-se que existe o risco de o uso prolongado contribuir para o aparecimento de cancro. Os investigadores citam um estudo sueco no qual se conclui que o risco de aparecer um tumor canceroso no lado em que se usa o telemóvel duplica passados dez anos. Referem ainda o relatório norte-americano BioInitiave, que dá conta de um "risco significativo" de aumento de leucemias infantis ou problemas neurológicos.O Ministério da Saúde francês tem defendido que não há nenhuma prova científica que permita dizer actualmente que o uso de telemóveis representa "um risco considerável" para a saúde de adultos ou crianças, salientou a agência AFP. Em Janeiro, duas associações francesas de defesa do ambiente pediram ao Ministério da Saúde que fosse proibida a venda de um telemóvel destinado aos mais novos. Não foi dado seguimento ao pedido, mas houve um apelo por parte do Governo para que os pais tenham prudência em relação ao uso de telemóveis pelos filhos.A dúvida sobre os efeitos dos equipamentos na saúde dos utilizadores tem levado à realização de vários estudos, nem sempre conclusivos. A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, está a realizar um estudo internacional que envolve 13 países.O uso excessivo de telemóveis pelos mais novos terá também outros perigos, para além dos riscos para a saúde. No sábado, duas crianças espanholas de 12 e 13 anos foram internadas num centro de saúde mental junto a Barcelona para que seja tratada a sua dependência em relação ao telefone, noticiou o diário espanhol El Mundo. Usavam de forma descontrolada o sistema de comunicação por mensagens em tempo real Messenger e agora ficarão sujeitas a um tratamento que deverá prolongar-se por dois anos. Em média, passavam cinco a seis horas por dia a usar o computador ou o telemóvel.
Grupo de investigadores lança apelo para que os menores de 12 anos não usem telemóvel
16.06.2008, Isabel Gorjão Santos
Cientistas dizem que sabemos hoje tanto sobre os perigos do uso dos telemóveis como sabíamos "há 50 anos em relação ao amianto ou ao tabaco"
16.06.2008, Isabel Gorjão Santos
Cientistas dizem que sabemos hoje tanto sobre os perigos do uso dos telemóveis como sabíamos "há 50 anos em relação ao amianto ou ao tabaco"
Um grupo de 19 cientistas e investigadores na área do cancro publicou ontem no periódico francês Journal du Dimanche um apelo para que sejam tomadas medidas de precaução relacionadas com o uso de telemóveis, sobretudo por crianças com menos de 12 anos. Os especialistas defendem que não existem conclusões definitivas de que o uso de telemóveis é inofensivo para a saúde.A iniciativa foi coordenada pelo professor de Psiquiatria David Servvan-Screiber, da Universidade de Pittsburgh. O apelo é subscrito maioritariamente por cientistas franceses, mas também da Itália, da Holanda ou dos Estados Unidos. "Estamos hoje na mesma situação que há 50 anos em relação ao amianto ou ao tabaco", disse ao Journal du Dimanche Thierry Bouillet, especialista em cancro do hospital francês Avicenne de Bobigny, junto a Paris. "Ou não fazemos nada, e aceitamos o risco, ou admitimos que há um conjunto de argumentos científicos inquietantes."No apelo são sugeridas diversas precauções, como proibir o uso de telemóveis pelos menores de 12 anos, excepto em caso de emergência. Mas não só: os aparelhos devem ser mantidos a um metro do corpo e deve usar-se o sistema mãos-livres. Sempre que possível, também deve optar-se pelo envio de mensagens escritas.No apelo é sublinhado que não existe uma prova formal de que o uso de telemóveis é nocivo para a saúde, mas defende-se que existe o risco de o uso prolongado contribuir para o aparecimento de cancro. Os investigadores citam um estudo sueco no qual se conclui que o risco de aparecer um tumor canceroso no lado em que se usa o telemóvel duplica passados dez anos. Referem ainda o relatório norte-americano BioInitiave, que dá conta de um "risco significativo" de aumento de leucemias infantis ou problemas neurológicos.O Ministério da Saúde francês tem defendido que não há nenhuma prova científica que permita dizer actualmente que o uso de telemóveis representa "um risco considerável" para a saúde de adultos ou crianças, salientou a agência AFP. Em Janeiro, duas associações francesas de defesa do ambiente pediram ao Ministério da Saúde que fosse proibida a venda de um telemóvel destinado aos mais novos. Não foi dado seguimento ao pedido, mas houve um apelo por parte do Governo para que os pais tenham prudência em relação ao uso de telemóveis pelos filhos.A dúvida sobre os efeitos dos equipamentos na saúde dos utilizadores tem levado à realização de vários estudos, nem sempre conclusivos. A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, está a realizar um estudo internacional que envolve 13 países.O uso excessivo de telemóveis pelos mais novos terá também outros perigos, para além dos riscos para a saúde. No sábado, duas crianças espanholas de 12 e 13 anos foram internadas num centro de saúde mental junto a Barcelona para que seja tratada a sua dependência em relação ao telefone, noticiou o diário espanhol El Mundo. Usavam de forma descontrolada o sistema de comunicação por mensagens em tempo real Messenger e agora ficarão sujeitas a um tratamento que deverá prolongar-se por dois anos. Em média, passavam cinco a seis horas por dia a usar o computador ou o telemóvel.
domingo, 15 de junho de 2008
Contribuidores
Actuais e potenciais contribuidores deste Blog andam em EXAMES, daí que apenas um dos indicados ao lado esteja a ser mais assíduo. Mas a seu tempo as coisas vão mudar. Aqui fica o esclarecimento porque já houve quem tivesse reparado. O que não deixa de ser bom sinal.
sábado, 14 de junho de 2008
Excelência
«Um grande jogador é educado pela gente com quem trabalha e pela gente com quem compete. Como um grande físico, um grande químico ou um grande biólogo. Ou, se quiserem, um grande empresário ou um grande banqueiro».
Vasco Pulido Valente
in crónica de Opinião do jornal Público de 2008-06-14
O mesmo acontece, do nosso ponto de vista, com um grande Estudante
Vasco Pulido Valente
in crónica de Opinião do jornal Público de 2008-06-14
O mesmo acontece, do nosso ponto de vista, com um grande Estudante
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Tratado de Lisboa
Acabo de ler que o NÃO ao Tratado de Lisboa ganhou no Referendo realizado na Irlanda. Benditos irlandeses! E porquê? Pertenço àqueles que são da opinião que deveria ter havido também um Referendo em Portugal. E nem é tanto pelo SIM ou pelo NÃO, mas porque se perdeu uma oportunidade excelente para se discutir a Europa, e em particular a União Europeia. E se o Referendo não deve ser banalizado, a situação «Tratado de Lisboa» parece-me um «clássico» em que não deveria haver dúvidas quanto à realização do referendo. Mas houve alternativa, naturalmente com toda a legitimidade jurídica. Mas a questão importante está para lá da legalidade democrática. Trata-se de construir a EU com os Cidadãos ou nas suas costas . E no entanto um pequeno País soube dizer «não». E só sublinho o «não» porque permite chamar a atenção para o assunto de uma maneira mais forte do que seria se tivessem dito SIM. E tudo leva a pensar que houve Países que não fizeram o referendo com o receio de que o NÃO vencesse e assim se complicasse a «construção da Europa».Mas nestas coisas não se pode atalhar caminho! Vem nos livros.
Entretanto, aproveitemos a oportunidada para penetrar no Tratado. Mas isto é que tem de ser por etapas. A coisa não é fácil . Aqui tem uma ajuda: http://www.eu2007.pt/UE/vPT/Presidencia_Conselho/TratadoLisboa.htm
quinta-feira, 12 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
«Cinco Mentes Para o Futuro»
Um amigo meu diz que eu dou tudo por uma boa discussão. Ao acabar de ler o livro «Cinco Mentes para o Futuro» de Howard Gardner, e editado em Portugal pela Actual Editora, em 2008 ( o original Five Minds for the Future foi publicado em 2006), uma coisa me apeteceu: ter uma boa discussão em torno do livro. Acho-o uma obra excelente, nomeadamente para quem ensina, e sugiro-o aos jovens que vão entrar no mundo do trabalho, e em particular aos formados pelo Curso de Gestão e Administração Pública do ISCAL. É minha convicção de que lhes será muito útil. E, depois, pode ser motivo para uma boa troca de ideias aqui no blog. Para começar, pode saber já alguma coisa através de http://www.actualeditora.com/
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