quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Bom Ano de 2009
Virgem com o Menino
e São João Batista Criança - BOTTICELLI
Para os leitores deste blogue um bom 2009. E esperemos que também desta vez os economistas se enganem e que a crise seja menor do que o anunciado. Que a esperança não nos falte.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Doris Lessing
De há muito que como sua leitora conheço Doris Lessing. Recordo-me que foi no avião numa viagem para Moçambique que li o meu primeiro livro da autora: O Verão Antes das Trevas. E foi-me aconselhado pela Maria Antónia Fiadeiro. Lembrei-me disto ao ler uma entrevista da escritora - Prémio Nobel da Literatura em 2007 - na última revista Visão. Uma passagem tocou-me particularmente, quando Doris Lessing diz:
«Nos jovens há um sentimento de desesperança de que tudo é demasiado grande para eles. O que está errado(...)»
Eu também detecto isto mesmo nos jovens com quem contacto. Sem esta clareza de Doris Lessing. Mas de facto,sem a sabedoria da autora, também penso o mesmo: eles estão errados. E passo a vida a dizer aos mesua alunos que eles são capazes, impressionando-me por vezes a forma como desvalorizam o muito que sabem. Penso que o problema em alguns casos está no facto de os jovens não terem consciência do seu próprio conhecimento, das suas capacidades. E quando questionados sobre esta postura percebe-se que a dificuldade em enontrar emprego terá em muitos a ver com esta situação.
Talvez a confirmar isto, tem sido uma agradável surpresa ver como jovens que entraram no ensino superior ao abrigo dos «maiores de 23 anos», e que trabalham, se lançam com tanto entusiasmo na aquisição de «mais mundo» e como aprendem a valorizar o seu património de conhecimentos... .Com esperança!
Saiba mais sobre Doris Lessing.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Viver Com Estilo - os Deolinda
Ouviu-os na Rádio e em pouco tempo lá estava à procura do CD com um sentimento de urgência. Aconteceu-me o mesmo com a Dulce Pontes e com os Humanos quando surgiram.Não entendo nada de música, mas percebe-se quando tudo parece certo: a voz, a letra, a música. Avaliem aqui.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Grandes Leitores 3ap - Conto de Natal
O LEITOR ESAÚ DINIS MANDA MAIS UM CONTRIBUTO MUITO CONSENTÂNEO COM A ÉPOCA QUE ESTAMOS A VIVER - UM CONTO DE NATAL.ESPECIALMENTE PARA 3aps que tenham crianças por perto. JÁ AGORA, TALVEZ SE JUSTIFIQUE INFORMAR QUE O Dr. Esaú Dinis FOI DIRECTOR DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DA SÁUDE DE LISBOA QUE AGORA FAZ PARTE DO UNIVERSO IPL.
Quando o Menino Jesus fez de Pai Natal
Naquele ano, ainda o Natal vinha longe, montaram, no maior Largo da cidade, um presépio com tudo e com todos.
Havia a vaca e o burrinho. Ali estavam, com incenso, ouro e mirra, os Reis Magos, conduzidos por uma estrela cintilante. Vários pastores tinham trazido leite, mel e queijo e alguns cordeirinhos recém-nascidos. Dois pescadores agarravam nos braços uma rede cheia de peixes, todos prata e ouro. O Menino Jesus resplandecia nas palhinhas sorridente.
Faltavam apenas três dias para o Natal, quando, de manhã, as pessoas ao olharem para o grande presépio, deram pela falta do Menino.
Uns diziam que ele tinha ido embora por causa do frio, chuva e ventania. Outros pensavam que alguém o tinha roubado para o levar para casa e pôr ao lado do sapatinho. Alguns imaginavam que se tornara invisível, mas que não estava longe. Ninguém sabia ao certo.
Nas ruas e praças da cidade, pelos caminhos e povoações da Ilha inteira, não se falava de outra coisa: no meio da noite, em lua nova de breu, o Menino Jesus tinha desaparecido, sem deixar rasto.
Não se conseguia adivinhar para onde fora, nem para quê, nem até quando.
Jornais, bombeiros, rádios e televisões lançaram o alerta. Era preciso encontrar depressa e trazer de volta o Menino Jesus ao presépio de toda a gente.
Até os telemóveis tocavam, por ruas, cafés e vielas, no interior das casas, por montes e valados: Alerta! Alerta! É preciso e urgente descobrir onde se encontra e trazê-lo de regresso ao aconchego do burro e da vaquinha.
As horas passaram, o Natal estava a chegar e nada de Menino Jesus.
No Largo maior da cidade, a manjedoura continuava vazia. Ninguém descobre onde pode estar o Menino Infante, filho da Virgem Maria.
Chegou a noite de todos os presentes. O Pai Natal andava no sobe e desce das chaminés e já havia percorrido a cidade inteira e a maior parte das freguesias, acabava de passar pela rua das Azáleas na Fajã de Baixo.
Já a caminho dos pastos, para os lados da Lagoa do Fogo, cansado de distribuir tanta prenda, parou para descansar numa esquina. Mal se tinha de pé com tanto saco. Encostou-se ao canto de um serrado e passou pelas brasas. Foi ao acordar que deu conta que estava mesmo ali, meio adormecido, o Menino Jesus que desaparecera do presépio da cidade.
Mal lhe pega, ele abre um olho sonolento e logo outro acordado. Sorri de contente e pede para ser levado até a uns casebres em Rabo de Peixe, pois era para lá que queria levar prendas de Natal.
Explicou que desde há dias saíra da cidade, à procura de certos meninos a quem queria levar presentes e abraços. Já visitara alguns para os lados das Furnas e de Nordeste, mas agora faltava-lhe passar pelos bairros de pescadores em Rabo de Peixe.
Muito cansado, o Pai Natal, lançou-se, uma vez mais, ao caminho por montes e cumeadas, trazendo sempre entre os braços, aconchegado, o Menino Jesus que voltara a adormecer.
Cumprida a missão, perderam-se para os lados das Capelas. A chuva caía miudinha molhando tudo. A noite estava escura. O cansaço era cada vez maior.
Vão a passar pela rua do Navio e reparam que lá dentro, numa das casas via-se a árvore de Natal, sempre a acender e a apagar, como quem convida a entrar.
Bateram à porta. Não há ninguém lá dentro.
Já se afastavam, quando viram que a Kika tinha aberto a porta, enquanto a Luanda abanava a cauda de alegria. Iam receber visitas.
Cansados dos caminhos, dos sacos de presentes e da chuva, mal entram, logo adormecem, deitados juntos na carpete, aos pés da árvore de Natal.
As horas correm, a noite escorrega para a madrugada.
O dia está quase a clarear, quando lhes parece escutarem, ao longe, um Toyota Yaris, que se aproxima devagarinho, como quem vai parar.
À pressa, saem para o quintal. Menino Jesus e Pai Natal ficam escondidos no meio de um tufo enorme de hortênsias, por detrás do muro da frente.
Logo que todos entram em casa, os dois correm para os lados das Sete Cidades, cumeeiras acima.
Já vão longe no caminho, quando o Pai Natal se lembra que esquecera no quintal das Capelas o saco das prendas destinado àquela casa.
Já de olho bem arregalado, o Menino Jesus diz para o Pai Natal: Não faz mal. Tu ficas aqui a descansar. Desta vez, serei eu a levar os presentes aos meninos Romeu, Pedro, António e Francisco, mais àquela donzela, que, se bem me lembro, ainda é da minha parentela, não se chamasse ela Raquel.
E foi assim, que por uma noite, e por uma só vez, o Menino Jesus fez de Pai Natal.
Quando o Menino Jesus encontrou de novo o Pai Natal, este reparou que pelas faces rolava cristalina uma gota de água. Nunca ninguém soube se era só chuva ou lágrima de alegria. Mas, os dois estavam felizes, e de manhã, no presépio da cidade, lá estava de volta o Menino Jesus. Missão cumprida.
Capelas, 2006.12.25 - Esaú Dinis
Nota: a foto é de Dezembro de 2006 conforme se pode conferir nos sites institucionais dos Açores.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
WIKINOMICS
Ao preparar uma unidade curricular nova em torno dos sistemas de informação para a Administração Pública, dei comigo a entrar profundamente no livro WIKINOMICS - A Nova Economia das Multidões Inteligentes. A edição em português. O que posso aqui dizer é que, do meu ponto de vista, é de leitura obrigatória. Já conhecia um dos autores, Don Tapscott, que para mim continua acutilante nas equações que faz dos tempos que vivemos marcados pela internet.
Já agora, a propósito: visite este site . E este
sábado, 6 de dezembro de 2008
Transparência e DGAEP
Foi dada posse à nova Directora da Direcção Geral da ADministração e Emprego Público (DGAEP)e o tema TRANSPARÊNCIA destacou-se no discurso que o Ministro das Finanças proferiu na ocasião. Esta questão é tratada no âmbito da licenciatura do ISCAL, nomeadamente numa perspectiva histórica e doutrinária, havendo possibilidade de discutir como é que a transparência se manifesta no dia-a-dia de cada organismo. O discurso do Ministro é sobre isto.
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