O Sol, de tendência republicana, reproduz no mesmo ano um dos artigos aí publicados, «Organizar». Também A Informação, dirigida pelo monárquico Homem Cristo Filho, transcreve outro dos artigos, «Régie Monopólio, Liberdade», com a devida vénia – trata-se, de resto, de um debate que está a ter lugar na Câmara dos Deputados, e que agita a nação. Por aqui se percebe que não é uma pura teoria do comércio que interessa a Pessoa nas suas colaborações para a revista, nem sequer uma divulgação com objectivos estritamente profissionais, para contabilistas ou empresários, mas sobretudo uma intervenção social. Mas sem deixar os voos especulativos, como no artigo sobre «A Evolução do Comércio», em que o comércio é comparado com a cultura, a indústria com a arte, e o desenvolvimento da argumentação se mantém nesses paralelos. E, se um artigo como «A Reforma do Calendário e as suas Consequências Comerciais» roça a inutilidade, pelo comprometimento excessivo com temas de circunstância, já «Os Preceitos Práticos em Geral e os de Henry Ford em Particular» toca temas filosóficos centrais de Pessoa – a essencial irracionalidade do homem, por exemplo – e destinam-se a uma intervenção pedagógica forte. Alguns dos temas para que apontam têm mesmo características de originalidade e percuciência, sobretudo o artigo «As Algemas», publicado no n.º 2, a 25 de Fevereiro de 1926, que expõe as razões da nocividade social de todas as proibições de venda livre de drogas ou de álcool, e ainda as razões para uma circulação de mercadorias livre de empecilhos aduaneiros. (...)». Leia na integra
Sem comentários:
Enviar um comentário