terça-feira, 30 de julho de 2024

«Ócio»

 



«Ócio e política 
«Ser preguiçoso pode ser um ato político: prova disso é o quiet quitting», diz o politólogo João Pereira Coutinho. 
Já no século
XIX, o ócio era um ato radical - como ilustra a figura do dandy ou flaneur que desprezava o sistema político, considerando vulgares e exploratórias as suas práticas. 
Sabia que as reivindicações pelo direito ao descanso são contemporâneas da Revolução Industrial? Mas depois de tantas lutas e conquistas, será que nos damos ao direito de descansar? Ouça este [IN]Pertinente. Ouça o novo episódio do [IN]Pertinente podcast».

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Já agora:

Sinopse
«Numa era em que a religião do trabalho exige dos seus fiéis crescentes sacrifícios laborais, em troca de um lugar na santa comunidade de cidadãos honestos, ler O Direito à Preguiça (1880) é cometer um salutar pecado capital. No século XIX, quando já os santos do capitalismo se alinhavam no firmamento da economia, Paul Lafargue aprimorava na prisão, com muita ironia, este ensaio clássico e iconoclasta.
Debruçando-se sobre a devoção ao trabalho que arrebatara os operários da época, o autor punha em causa a universalidade e a historicidade deste absurdo zelo, numa sociedade em que o indivíduo se abstinha do seu tempo livre em nome da sobreprodução e da acumulação obsessiva. Leitura imprescindível nos tempos que correm, O Direito à Preguiça é um eloquente manifesto contra o vício do trabalho, que corrompe as faculdades humanas, e em defesa da liberdade fundamental de empregarmos o tempo a nosso bel-prazer».



sexta-feira, 26 de julho de 2024

«A História que as Contas nos Contam»

 



No lançamento da obra: «O livro “A História que as Contas nos contam” constitui uma iniciativa “da maior importância” na medida em que permite compreender, com as referências e episódios descritos, que “no Estado de Direito é fundamental a prestação de contas e a responsabilização” decorrente dessa prestação de contas. Foi desta forma que Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas entre 2005 e 2015, classificou o lançamento desta obra no âmbito das Comemorações do 635.º aniversário da instituição, e em memória do antigo presidente António Sousa Franco.
“Não é uma homenagem formal, mas substantiva. Todos nós lhe devemos muitíssimo relativamente aquilo que são os Tribunais de Contas como peças fundamentais num Estado de Direito”, defendeu o antigo presidente do Tribunal na sua intervenção na Sessão Comemorativa, que decorreu na Torre do Tombo, referindo-se ao “papel crucial” que teve na refundação da instituição.
Guilherme d’Oliveira Martins salientou que “o Tribunal de Contas ganhou plena legitimidade no âmbito da ordem constitucional presente. Sendo uma instituição antiga e com pergaminhos, o certo é que foi que com Sousa Franco que ganhou a plenitude do seu caráter de um autêntico Tribunal Superior”.
​Este livro é não só uma viagem pela história da instituição, partindo do tempo da Casa dos Contos até à consagração do atual Tribunal de Contas como órgão independente de controlo das finanças públicas, mas também sobre alguns factos da História de Portugal».
Daqui.

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E se puder não perca no Jornal de Negócios:



segunda-feira, 22 de julho de 2024

«This document summarises the ‘how’ of mission-driven government; getting into the detail of delivering missions in practice»

 


«This document summarises the ‘how’ of mission-driven government; getting into the detail of delivering missions in practice. The work is a joint project by Nesta and the Institute for Government (IfG) which builds on the expertise of both organisations: Nesta’s practical experience in a mission-driven organisation and the IfG’s expertise in delivering effectively in government. 
The aim is to set out a recommended approach and to provide examples and illustrative case studies to explain how it could work in practice».

Ainda, mais este excerto,
 para  estimular a 
leitura do relatório:



E para terminar o post, nós temos um sonho: ambicionamos que no ISCAL - sozinho e/ou acompanhado - se produzam  trabalhos destes. Não precisamos de ser especialistas para se concluir que bem precisamos.

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ah!, e da bela homepage do Institute for Government:


sexta-feira, 19 de julho de 2024

CARLOS FIOLHAIS |«Toda a Física Divertida»

 


«Física Divertida e Nova Física Divertida tornaram-se clássicos. E aqui estão juntos pela primeira vez num só volume, para as novas gerações, porque a física moderna continuou a física clássica, mantendo-a na sua maior parte.» 

 

Do prefácio de DAVID MARÇAL»


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«Caso inédito de sucesso em Portugal nos anos de 1990, Física Divertida, de Carlos Fiolhais, foi publicado num desses raros momentos de alinhamento dos astros em que livro, autor, ilustrador e leitores se aguardavam mutuamente abrindo assim uma nova via de acesso ao conhecimento até então ignota. À semelhança de outros livros de divulgação científica que a Gradiva publicou, Física Divertida cativou leitores de todas as idades e acumulou dezenas de edições.
Quando mais tarde surgiu Nova Física Divertida, que complementava o conteúdo do primeiro volume dedicado à física clássica com a física moderna (desde a física quântica e a física relativista até às físicas atómica, nuclear e de partículas), o sucesso do autor repetiu-se, e uma nova leva de leitores voltou a fascinar-se com o facto de a ciência poder ser não só interessante como ainda divertida.
A reedição integral revista e aumentada destes dois textos impunha-se agora não só porque os leitores continuavam a procurar os livros de Carlos Fiolhais, mas também porque o autor continua a pensar que a divulgação dos aspectos lúdicos da física pode destruir inapelavelmente a ideia preconcebida da física como ciência obscura e maçadora. Cuidadosamente actualizada com os mais recentes avanços científicos, Toda a Física Divertida traz de volta a uma nova geração de leitores a singular capacidade de comunicação de Carlos Fiolhais bem como o seu reconhecido sentido de humor». Saiba mais.



segunda-feira, 15 de julho de 2024

«The Crisis of Culture: Identity Politics and the Empire of Norms»

 


«Are we confronting a new culture-global, online, individualistic? Or is our existing concept of culture in crisis, as explicit, normative systems replace implicit, social values?
Olivier Roy's new book explains today's fractures via the extension of individual political and sexual freedoms from the 1960s. For Roy, twentieth-century youth culture disconnected traditional political protest from class, region or ethnicity, fashioning an identity premised on repudiation rather than inheritance of shared history or values. Having spread across generations under neoliberalism and the internet, youth culture is now individualized, ersatz.
Without a shared culture, everything becomes an explicit code of how to speak and act, often online. Identities are now defined by socially fragmenting personal traits, creating affinity-based sub-cultures seeking safe spaces: universities for the left, gated communities and hard borders for the right.
Increased left- and right-wing references to "identity" fail to confront this deeper crisis of culture and community. Our only option, Roy argues, is to restore social bonds at the grassroots or citizenship level». Saiba mais.

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A propósito:


Começa assim: «I
n a famously misinterpreted conversation in 1971 as China opened to the West, Henry Kissinger asked Premier Zhou En Lai what he thought of the French Revolution. “It is too early to tell,” Zhou replied, a quip referenced endlessly as evidence of the long-term perspective of Chinese wisdom. It turned out, as later revealed by Zhou’s interpreter, the premier was actually referring to the student revolt in Paris in May 1968, just a few years earlier! 
Nearly half a century on, it still may be too early to tell, but the French scholar Olivier Roy takes up where Zhou left off in his deeply insightful new book, “The Crisis of Culture: Identity Politics And The Empire of Norms.” (...)».


terça-feira, 9 de julho de 2024

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA LEGALISTA? | «(...). Neste contexto, sem prejuízo das medidas de transição digital que venham a ser adotadas no âmbito do Estado, torna-se necessário garantir, no imediato, um acesso efetivo e real dos cidadãos aos diversos servi ços da Administração Pública, concretizado em diversas medidas. Isto mesmo resulta de um recente Relatório da Provedoria de Justiça sobre o atendimento ao cidadão nos serviços públicos, datado de dezembro de 2023, que formula um conjunto de recomendações para contribuir para a definição de soluções que permitam o respeito integral do princípio da boa administração («Relatório»), que, pela sua importância, carecem de ser urgentemente adotadas. (...)»

 



A Resolução do Conselho de Ministros acima, publicada hoje em Diário da República, despoletou este post. E assim retomamos matéria que muito nos ocupa e preocupa: o retorno da GESTÃO PÚBLICA LEGALISTA, começando por reforçar que, necessariamente, a dimensão legal tem de ser considerada na GESTÃO DAS ADMINISTRAÇÕES. Agora, apenas mais estas observações:
- Uma Resolução que mais parece um manual que alguns associarão a tempos passados quando de facto até se dizia que a «GESTÃO» não tinha lugar no Aparelho de Estado;
- A pergunta básica, mas o registado na Resolução não fará parte do trabalho dos DIRIGENTES PÚBLICOS  a qualquer nível? Se tal não acontece, é de se indagar da sua formação ...
- Acabamos de fazer umas perguntas a um grupo de pessoas conhecidas, em atividade pública, sobre se conheciam o Relatório da Provedoria da Justiça: ninguém sabia dele, o que só por si, a nosso ver, é revelador.

Voltamos à nossa, ACADEMIA não pode ignorar a situação, tem de vir a terreno! ORDENS  -  em particular a minha, a ORDEM DOS ECONOMISTAS - não pode  fazer de conta que nada disto lhe diz respeito. Lembramos, por exemplo:

Atos da profissão de economista
..................
 d) Exercício de funções dirigentes numa estrutura pública, incluindo as do setor empresarial do Estado, que tenha predominante competência nas áreas da gestão orçamental, da gestão financeira, da gestão de recursos humanos, da análise e avaliação de projetos de investimento, de atribuição de financiamento público e de concessão de benefícios fiscais;
..................

E o «meu ISCAL» tem de honrar os seus pergaminhos, e valorizar o que já fez, e fundamentalmente o que lhe compete fazer - trazendo o FUTURO para o PRESENTE - na esfera   das ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS.






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E, talvez, de regressar a posts recentes:

domingo, 7 de julho de 2024

segunda-feira, 1 de julho de 2024

FOI ANUNCIADA UMA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 



Face à informação disponibilizada (ver imagem acima), desde logo, continuamos fiéis à «fórmula» para se equacionar o DESEMPENHO GLOBAL DAS ORGANIZAÇÕES = EFICÁCIA, EFICIÊNCIA, SATISFAÇÃO DOS PARTICIPANTES. E à  ABORDAGEM SISTÉMICA CONTINGENCIAL. Com a informação disponível não captamos quais os modelos de gestão (PÚBLICA, necessariamente) em presença. Depois, gostávamos de saber que ESCOLAS/CURSOS  existem para se pronunciar sobre «a coisa». E não deveriam «ORDENS» dizer de sua justiça? Nomeadamente a dos ECONOMISTAS. E dos CONTABILISTAS. E os SINDICATOS? Assim, de repente,  parece tudo muito casuístico por mais que assegurem que vai ser «estruturante». Ainda, nesta circunstância, como em tantas outras, a perguntinha que se impõe: que ESTUDO(s) sustentam o anunciado e o que aí virá? Por outro lado, em linha com o que temos tantas vezes dito, na ACADEMIA sobre a GESTÃO DO APRELHO ESTATAL  terá também de haver uma revolução. Talvez aprender em conjunto. Para que se possa REINVENTAR A ADMINISTRAÇÃO: está provado, ao mesmo tempo, olhar em volta, e para «dentro dos serviços», cobrindo o institucionalizado, o praticado, e o que emerge ...  Claro, e o que está estabilizado na «literatura», embora se detete que muitas vezes anda «atrasada». Bom, PROFISSIONAIS DA GESTÃO, atuais e futuros, cheguem-se à frente e não deixem que outros ocupem o vosso lugar. Sim, sim, em equipas pluridisciplinares, mas «cada um no seu galho», como diz a sabedoria popular. Defenda-se uma ADMINISTRAÇÃO GESTIONÁRIA e não LEGALISTA. É verificável, em muitos domínios estamos mesmo a andar para trás. Veja-se o que se passa com a «CORRUPÇÃO»! Dá ideia que na perspetiva dos Governantes (e dos Partidos em geral) só é combatida através do «jurídico». Aguardem sentados, a nosso ver, dessa forma não chegamos lá ... No início de tudo, a GESTÃO, caros concidadãos!  E apetece aproveitar para lembrar estas palavras de João Cravinho:   «(...) Um aspecto chave do combate à corrupção é a responsabilização de todos os agentes, do primeiro ao último, pela prevenção.  (...). Diz que a corrupção não é só dos corruptos activos mas os que, por omissão… Há uma cultura de irresponsabilização. As pessoas não assumem a responsabilidade plena dos seus cargos. (...). em entrevist ao Público (em 2015).

Ah, não vimos referência ao PARADIGMA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - aquele que nos diz que «longe vão os tempos de ser como dantes», utilizando as palavras luminosas ditas por Sérgio Godinho no seu NOVO NORMAL.

 

Pois é, do que se leu, tudo parece como «dantes»!
 Mas tenhamos esperança, e não deixemos
 de pensar, para se questionar com segurança.


SE AINDA NÃO VIU «UMA VIDA INTELIGENTE» RECLAMA QUE VÁ VER |EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA NACIONAL EM LISBOA |«A Revolução em Marcha: os cartazes do PREC, 1974-1975» | ATÉ 21 SET 2024 | ENTRADA LIVRE | DIVERSOS SÃO OS CAMINHOS DO SABER !

 



De lá: «(...) Essenciais como fonte iconográfica para a história deste período, Ernesto de Sousa, em maio 1975, afirmou a necessidade de repensar os cartazes enquanto objetos de uma nova cultura:
Quando digo que as paredes são um acto cultural positivo é porque elas reflectem não só a capacidade produtiva de quem comete as acções mas também as necessidades de quem as vai receber, esta linguagem vivíssima, que é extremamente bela, é produzida para satisfação imediata de uma necessidade profunda de comunicação. Quem cola um cartaz não satisfaz apenas uma necessidade sua, mas está a satisfazer as necessidades sua e dos outros».