segunda-feira, 8 de setembro de 2025

NA TRAGÉDIA DO ELEVADOR DA GLÓRIA | a gestão - a gestão pública ... | A CIÊNCIA _ A TÉCNICA _ AS BOAS PRÁTICAS

 



Este é um post que não queríamos  ter feito. No entanto, os assuntos que se abordam estão no âmago deste blogue: têm a ver com a GESTÃO. Em particular com a variante GESTÃO PÚBLICA. Mas é com tristeza que aqui estamos porque na origem está a Tragédia do Elevador da Calçada da Glória. Com pudor, num respeito infinito pelas vitimas. Porém, chegamos a este registo  com o sentimento de que é uma obrigação ética dos profissionais com expressão no acidente, direta ou indiretamente, individualmente ou através de organizações profissionais,  refletir o acontecimento à luz da ciência, da técnica e das boas práticas: de todas as que habitam o funcionamento dos serviços e orgãos, ou deviam estar presentes na vida das ORGANIZAÇÕES. Por isso, também nas do UNIVERSO do ELEVADOR DA GLÓRIA. Sumarizando, o que pretendemos:  olhar o DESASTRE com vista a contributo que emane da GESTÃO - da estratégica à operacional. Ora, nos dias que se seguiram à tragédia, até ao momento em que iniciamos este post, do que fomos assistindo - certamente que não vimos, ouvimos e lemos tudo - verdadeiramente nunca a PERSPETIVA «GESTÃO» foi organizadora.  Até chegarmos ao programa «Tem a palavra» da imagem inicial e ao que disse António Garcia Pereira.  Vem de um advogado, mas de pessoa cujo o «olhar» está para lá da sua «especialização»,  cruza-se com as demais, e uma organização  vive dessa interdependência. De equipas que têm de trabalhar em conjunto entre si e na sua relação com as dos seu MACROSISTEMA geral e especifico. Concretizando, no caso, desde logo, com método,  é elementar conhecer a REALIDADE INTERNA DA CARRIS  e a REALIDADE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA NO QUE À «TUTELA» DA EMPRESA DIZ RESPEITO que não se esgotará em ser acionista, e em aumentar as verbas que lhe destinou, como parece que nos querem convencer. Mas há outras entidades.  Temos de encontrar o LUGAR DO ELEVADOR DA GLÓRIA nessa floresta organizacional. Tudo o que se possa dizer precisa dessa equação. O  «ELEVADOR» que emocionalmente passou a ser de todos  é um sistema interdependente de outros inserido em sistema maior - é da ciência e da técnica.  E intui-se.

Neste quadro, o que se ouviu no Programa da TSF serão «considerações soltas» mas que nos levam  a «essências», sem  esgotar e, porventura, ampliando em torno disto: como se decidiu pela externalização da manutenção; que mecanismos existem para se acolherem os alertas dos trabalhadores;  como se rendibiliza a experiência acumulada dos mais antigos; quem define os termos de referência para os contratos; face ao aumento da procura do elevador quem interveio nas alterações a operar em termos de tecnologia, de segurança e conforto ; o fator custo; as medidas tomadas depois de um descarrilamento havido, felizmente sem vitimas; como se exerce «a tutela» da CML; em especial que decisões para a CARRIS foram tomadas no ciclo autárquico que está a terminar;  qual a intervenção da Administração Central;  que «benchmarks» são seguidos; as redundâncias ...
Tudo o que se descreveu e o tanto mais que se poderia adiantar tem de passar de um rol,   exige que saibamos de maneira informada assente em modelos técnicos, e no bom senso com certeza, em especial sobre a CARRIS e a CÂMARA MUNIPAL DE LISBOA - muito mais do que aquilo de que nos vamos apercebendo pelos jornalistas, comentadores e afins, e pelos intervenientes, digamos, institucionais. Dizem-nos de maneira retalhada. Mas nós precisamos de um TODO. Aqui o papel decisivo da GESTÃO. Da sua função enquanto sistema: HARMONIZA os restantes, e dá-nos SÍNTESES para o pensamento e para a ação. Para as medidas urgentes a tomar referenciadas ao FUTURO que se ambiciona. E a SEGURANÇA é um valor em termos nacionais e mundiais e em cada organização.  Certo, muito já se aprendeu com especialistas, dignos desse nome. Aqui e agora, o que podemos fazer na perspectiva da gestão? Neste século XXI quando todos se arvoram a favor da TRANSPARÊNCIA e afirmam que não podemos dispensar o DIGITAL, na senda do que se procura, a fonte:  SITES. Caldeando com o que já foi dito, e ao que até agora  continua ausente. Assim, de seguida uma sistematização de notas, sem qualquer hierarquização atravessadas pela «gestão». 

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Comecemos pela «governança», estranhamos que a público, numa perspectiva institucional, Presidente da Carris e Presidente da CML não se tenham feito acompanhar de outros membros dos Orgãos de que fazem parte. Dirigem. Sem prejuízo, naturalmente, da sua presença posterior, o respeito pelo acontecido assim o exigia e continua a pedir.   E onde estão os  técnicos dos serviços com competência na matéria? «Sózinhos!», as figuras de topo. No caso da Câmara pensamos que haverá  Vereador(es) com responsabilidades «nos elevadores» que digam mais. Sintetizando, como é exercida a TUTELA DA AUTARQUIA, ESTRATÉGICA E OPERACIONAL, neste particular?  E foi por estes caminhos que nos veio à memória o que a comunicação social informou há dias. Por exemplo, o Expresso:

Interrogamo-nos sobre a «paixão» que estará neste momento na gestão executiva da CML, e sobre o ânimo individual. Como se pode vir «anunciar» que se dispensa quase a totalidade da Equipa com quem tem de se continuar a trabalhar, seja por muito ou pouco tempo!   Obviamente, será preocupação a repercussão desta circunstância na gestão da crise que se está a viver, independentemente do profissionalismo dos envolvidos que não pomos em causa ... Mas estamos a falar de coisas maiores, quiçá incontroláveis porque imateriais, subjetivas,  que os DIRIGENTES não podem esquecer, em especial quando trabalham num SERVIÇO PÚBLICO. É a gestão do risco, também nesta matéria. Estamos na cultura organizacional que leva anos a desenvolver e a  estabilizar e que pode ser quebrada inesperadamente em pouco tempo. Qualquer manual nos dirá que o que aconteceu na esfera das próximas eleições não deveria ser o caminho, há que trabalhar por cenários ... Então a pergunta: foi escolha ponderada?  Numa leitura mais básica: dá ideia que a atual equipa do Senhor Presidente da CML esteve em «tirocínio» e que não provou. O que inquieta.   Certamente que as «oposições» vão aproveitar para criticarem ou não a opção mas aqui, a nós, o que nos importa é o impacto na Gestão Pública, na circunstância na Autárquica, na vida das Pessoas. No momento e no futuro. O que importa é o que Eleitos ou a isso candidatos têm para nos dar. Digam-nos o que pensam da GESTÃO. Se acreditam que há GESTÃO PÚBLICA. Ou se defendem que tudo deve ser determinado através de regulamentos e mais regulamentos - porque acreditam na GESTÃO LEGALISTA.  E depois que «tudo vai correr bem». Pode não correr, como vemos. Isto é,  no fim da linha, é o Serviço Público às Populações o que tudo deve determinar ...  Sim, como pensamos mostrar, com facilidade se identificam fragilidades no que existe. E acreditamos que os Lisboetas, e não só,  neste momento estejam com «MEDO» no que lhes pode acontecer no seu quotidiano. E o caminho para enfrentar isso é só um: PROFISSIONALISMO por parte das Administrações. 
Curiosamente, estávamos precisamente na elaboração desta passagem quando nos caiu no computador isto:




Apenas dizer, concorre para a lógica da nossa narrativa que não é «politica» com aquele significado com que nos inunda a comunicação social  - para isso não falta quem se pronuncie -  mas «simplesmente» de gestão. Ainda assim: só agora!, porquê?

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Sigamos para o site da CARRIS: enfim, não nos parece muito atrativo, e não nos faltam profissionais que os produzam para presença na internet com qualidade e beleza. Adiante. Indo a conteúdo relevante, escolhemos ponderar a EQUIPA GESTIONÁRIA e certamente que muitos e muitas haverá que  gostariam de saber sobre isto:  o PERFIL para  membro do Conselho de Administração e como são recrutados e selecionados. 
Para nos familiarizarmos com a realidade CARRIS o seu   organograma:


Certamente que alguém nos vai dizer quais destas unidades orgânicas tem atribuições de produzir dados e informação sobre «os  elevadores» de maneira qualificada e quem são os destinatários, e como tem sido ao longo dos anos.         
  
Por outro lado, de há muito que organizações internacionais    de referência, autores prestigiados, universidades de topo,        mostram a revolução que tem de ser acionada em termos de     Relatórios. E para os «legalistas» até há legislação nesse sentido. Coincidência,     muito recentemente, no blogue ORGANIZAÇÕES VERDES     tínhamos elaborado este post: DO «PRESTA - CONTAS DA      CDU DO BEATO» AO «INTEGRATED REPORTING DA   IFRS FOUNDATION» PASSANDO PELO LIVRO «ONE      REPORT». Para sinalizarmos  de que se trata, de lá: 




O que temos na CARRIS? Vejamos o menu «Relatórios e Legislação»  e o titulo é revelador: não é descabido que se leia que os Relatórios pretendem responder ao que está «decretado». Certamente que tem de ser feito, mas há tudo o resto que pode ser  realizado,  não está vedado, na senda da excelência da gestão.
 

Vejamos a floresta de DOCUMENTOS que a CARRIS nos disponibiliza. Acompanhados de uma floresta de Legislação. 











Aparentemente não  falta informação. Haverá  o perigo para que tanto se alerta: «afoga»? Falta-nos  saber como é utilizada na TOMADA DE DECISÃO, desde as estratégicas às operacionais. NAS QUE FORAM TOMADAS E NAS QUE NÃO CHEGARAM A ACONTECER. Na CARRIS; na CML; na ... Precisamos saber que papel tiveram no que aconteceu.
Neste ambiente, estamos com os que defendem RELATÓRIOS INTEGRADOS - «únicos» - e com a ajuda da IA esta  síntese: 


Bem sabemos, mesmo fazendo tudo o que é recomendado, não se conseguem impedir acidentes e incidentes. E nem sempre podemos esperar pela «perfeição» sob pena de nem sequer se começar.  Resta-nos dominar o conhecimento ao nosso alcance - teórico e prático. É o que nos dizem «os melhores» da Gestão.

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Saltemos para a AUTARQQUIA - para o que retiramos do seu site. Já o dissemos noutras ocasiões, perdemo-nos com facilidade, e frequentemente desistimos. Recentemente dissemo-lo neste post:  VOLTEMOS AO SEMINÁRIO «OGP Lisboa»
Pois bem, comecemos por nos deter no que ontem se ouviu em entrevista do Senhor Presidente da CML: 

«Não há nenhum erro que possa ser imputado a uma decisão do presidente da Câmara».

Compreende-se, e o Presidente o disse, está a viver dos momentos mais difíceis  da sua vida, e só assim se aceitam tais palavras. Por exemplo, o que pode estar em causa são decisões que não foram tomadas, e que já aconteceram ou estão a verificar-se depois do desastre: encerramento de todos os elevadores; acabamos de ouvir pelo Vice-presidente com o Pelouro onde se encontra a CARRIS que na Reunião a decorrer da Câmara  vai ser proposta a criação de um Grupo para estudar a TECNOLOGIA existente do elevador sinistrado. Prova provada, algo precisa de ser analisado. Porque não aconteceu antes? Como é que a «GESTÃO» não identificou tal necessidade? 
Mas aqui o que nos importa é saber em que consiste  a TUTELA da CML. E como se materializa. Mais, até se pode aproveitar e pedir que tal aconteça para todas as EMPRESAS MUNICIPAIS.
Voltando ao site da CML, procuramos nos Temas, nas Empresas Municipais, nas Áreas de Governação, ... não encontramos o que procuramos ...  
Porem, o Pelouro seguinte, onde se encontra a CARRIS.~




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Nem íamos entrar pela ADMINISTRAÇÃO CENTRAL adentro até lermos esta notícia:



Mas agora até chegamos à tão propalada REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO/REFORMA DO ESTADO. Pois é, no século XXI, reflete quem ensina  e estuda gestão, mais do que «reforma» temos o DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL, muito para lá de fusão e extinção de serviços. Com as potencialidades digitais de que dispomos teremos a concepção de PROCESSOS LONGOS que articulem uma multiplicidade de ORGANIZAÇÕES, na circunstância na esfera do PODER CENTRAL e PODER LOCAL ... A SEGURANÇA estará nesse caso?

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Para terminar, concentremo-nos no que nos mobiliza: a GESTÃO PÚBLICA tem de estar nas nossas AGENDAS. O seu ENSINO E APRENDIZAGEM. E nem vamos - o post já tem tamanho suficiente -   pensar em nova argumentação. Apenas, para já, recuperemos este post: A PREPARAÇÃO DOS TRABALHADORES PARA AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS

 

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Mesmo para rematar, que todas estas problemáticas 
não fiquem fora do debate das
 ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS.
Serenamente. 
Fechemos,  lembrando este post:


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