Reunião de investigações feitas pelo jornalista José Pedro Castanheira ao longo dos anos para o Expresso. Este primeiro volume reporta ao período de Salazar, o segundo incidirá sobre a época de Marcello Caetano. Em 1965, o general Humberto Delgado, inimigo público número 1 de Salazar, foi assassinado perto de Badajoz por uma brigada da PIDE. A chefiá-la estava Rosa Casaco, que, fugido do país a seguir ao 25 de Abril de 1974, viria a ser condenado a oito anos de prisão e a tornar-se, após uma entrevista incluída neste livro, um dos rostos mais emblemáticos desta força policial.
Sólido e temido bastião do Estado Novo, ninguém escapava ao raio de ação da PIDE: nem Calouste Gulbenkian, o homem mais rico do mundo, que foi preso em 1942; nem o ex-presidente da República marechal Craveiro Lopes, vítima de chantagem de carácter sexual; nem sequer o bispo D. Eurico Dias Nogueira, submetido a constante vigilância, com cartas intercetadas até para o Vaticano e para o próprio Salazar.
«A PIDE foi, antes de tudo o mais, o principal guardião da mais longa ditadura pessoal do século XX e um inimigo jurado da liberdade. Ao longo dos seus 41 anos de existência, sob as designações de PVDE, PIDE ou DGS, fez dezenas de milhares de vítimas. Só presos políticos nominais foram 29 510, o que dava para encher um estádio de futebol de média dimensão. E isto apenas em Portugal, já que nas colónias se ignora o seu número, mas que é seguramente muito superior, atendendo designadamente à extensão, violência e duração das três guerras coloniais.». Saiba mais.

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