quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ano da Criatividade e Inovação em Portugal




No dia 3 relizou-se uma Conferência que marcou a Abertura do Ano da Criatividade e Inovação em Portugal. Pode ver o programa no site oficial. Nós aqui no 3ap já tinhamos feito a nossa abertura, e a vedeta da Conferência também já é nossa conhecida - Don Tapscott e o seu Wikinomics. Assisti à conferência do princípio ao fim, e a minha convicção sai reforçada: é mesmo importante aprofundar os conceitos. Não é indiferente que cada um dê o significado que entender a Cultura, Artes, Indústrias Culturais, Criatividade, Indústrias Criativas, Inovação, Economia Criativa... . Do meu ponto de vista, não é mesmo, e na minha avaliação isso ficou patente ao longo do dia da conferência.
Muito mais houve que mereceria ser aprofundado. Por exemplo, o papel da cultura e das artes, precisamente, na criatividade e na inovação. Tenho ideia que alguns dos presentes ficaram «arrepiados» (e o mesmo aconteceria a muitos ausentes) com a forma como em alguns momentos se abordou o assunto.Embora de passagem. Ilustremos: parece que para alguns as artes decorrentes das novas tecnologias serão «mais arte» do que as artes clássicas, nos dias que correm. Do meu ponto de vista, como pode haver um espaço institucional em que isto possa ter perpassado, sem que tenha havido contraponto, ou seja, sem que alguém do Teatro, da Dança, da Música, «tradicionais», se possa «defender»? Sugerimos ao Coordenador do Ano da Criatividade e Inovação em Portugal que promova um acontecimento, de igual importância, onde este «confronto» possa ser debatido. Entretanto, lembrei-me dos versos de Fernando Pessoa:

Nada perdeu a poesia. E agora há a mais as máquinas
Com a sua poesia também, e todo o género de vida
Comercial, mundana, intelectaul, sentimental,
Que a era das máquinas veio trazer para as almas.
As viagens agora são tão belas como eram dantes
E um navio será sempre belo, só porque é um navio.
Viajar ainda é viajar e o longe está sempre onde esteve-
Em parte nenhuma, graças a Deus!

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