sábado, 21 de junho de 2025

domingo, 15 de junho de 2025

«REFORMA DO ESTADO» | e ninguém fala da Academia ...

 


Escolhemos o caderno «IDEIAS» do semanário Expresso desta semana, na imagem, para assinalarmos que o «ESTADO», melhor, a propalada  «REFORMA DO ESTADO» domina a Comunicação Social. Ou será ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA? ou APARELHO ESTATAL?  O próprio jornal está recheado de mais trabalhos. Não registando todos, algo do que lá se pode encontrar:

- Ainda no já referido - um ensaio - de David Dinis: «(...) A reforma que é conversa - A direita tem há muito uma obsessão ideológica com a reforma do Estado, uma derivada da discussão sobre o tamanho do Estado que tem raízes ideológicas longínquas, mas que não é mais do que um suspiro pelo liberalismo de Reagan e Thatcher. Em Portugal também tivemos esse debate, mas ele acabou por muitos anos quando Paulo Portas apresentou o seu ­“guião” de 112 páginas, com duplo espaço entre linhas e carateres grandes. O debate acabou ali porque aquela era uma armadilha: naqueles tempos, Portas esgrimia o tamanho do Estado como pressão contra Vítor Gaspar, contra os cortes rápidos e dolorosos. Era a sua maneira de dizer que havia outra maneira de fazer. Quando o documento foi apresentado, o PSD de Passos riu-se com a inconsequência. Não por não concordar, mas pela evidência de que o guião não era alternativa aos cortes e impostos. Em 12 anos, nunca mais o PSD — de Passos, Rio ou Montenegro — ousou falar do assunto. (...)».

- No habitual artigo de opinião de Miguel Sousa Tavares - É a hora da verdade: «(...) Se for apenas para reformar o funcionamento da Administração Pública, já não será mau, mas o Governo vai ser comparado com o que, neste domínio, fez o Governo de José Sócrates, o mais reformista das últimas décadas: o cartão de cidadão, a “empresa na hora”, as Lojas do Cidadão, o Simplex. Se Montenegro conseguir fazer semelhante, já ficará de parabéns. Mas quando Sócrates ensaiou a verdadeira reforma do Estado tudo foi diferente: ainda conseguiu a reforma do financiamento da Segurança So­cial, que garantiu 10 ou 20 anos de alívio nas contas, mas quando quis avaliar os professores pelo seu mérito e desempenho teve de capitular perante o mais formidável lobby actuante pelo direito à mediocridade, num exemplo tornado extensível a toda a Administração Pública. E quando quis tirar 15 dias aos dois meses de férias dos magistrados lixou-se. Uma coisa é reformar a burocracia, outra é reformar as políticas. Esta última requer uma mudança de mentalidades que conduza a uma mudança de políticas públicas: ou antes, pressionando os políticos, ou depois, por inspiração dos políticos, conforme é sua obrigação. Duvido muito que Luís Montenegro esteja à altura do chamamento, mas a ver vamos. (...)».

- Em Destaque do Caderno Principal : «Governo tem 10 prioridades - Programa de Governo volta a incluir propostas da oposição. Reforma do Estado é prioritária - O Conselho de Ministros aprovou o programa de Governo, incluindo nele 10 prio­ridades — entre as quais a “reforma do Estado”, sob o mote de “descomplicar a vida dos cidadãos e das empresas” (...)».

- No mesmo Caderno: «Governo Reforma do Estado com três ministros, bónus e privatizações - O Programa do segundo Governo de Luís Montenegro foi esta quinta-feira discutido e aprovado em Conselho de Ministros, dando mais corpo à prometida reforma do Estado, que ganhou um ministro no novo Executivo, mas, ao que sabe o Expresso, a missão não ficará entregue apenas ao novo ministro Gonçalo Matias, havendo peças da reforma nas mãos, também, de Leitão Amaro e de Miranda Sarmento, nas dimensões orgânicas e financeira, respetivamente. Na sede do Governo — agora praticamente todo no edifício da CGD —, Leitão Amaro e Gonçalo Matias estarão a trabalhar quase lado a lado, agilizando as conversas para uma mudança que o primeiro-ministro prometeu “transversal” ao Governo no seu discurso da posse.
Do lado de Gonçalo Matias ficará sobretudo a parte da modernização dos serviços ao cidadão, assim como dos departamentos do Estado. As pastas dos seus dois secretários de Estado indicam isso mesmo: Bernardo Correia foi recrutado à Google para tomar conta da pasta da “Digitalização”, enquanto Paulo Magro da Luz se dedicará à “Simplificação” — contando para isso com a sua experiência na administração de empresas. A missão já estava elencada no programa eleitoral da AD, onde se garantia atenção ao “acesso com qualidade dos serviços públicos essenciais às populações de todo o território nacional, estabelecendo Critérios de Proximidade”, assim como a revisão dos “serviços públicos de atendimento administrativo, com recurso às tecnologias” e a novos processos, ou ainda “à digitalização” e “introdução gradual de inteligência artificial” nos processos administrativos de serviço ao cidadão. (...)».

*
*   *

O espaço dado à Reforma do Estado no semanário não se esgota no que acabamos de transcrever mas o acima exposto pensamos que cumpre o que nos proponhamos: ilustrar que o assunto é o «centro do mundo» ... E que há défices na informação sobre a matéria. Qual é o ponto de partida? No que diz respeito ao que é praticado; ao que está institucionalizado; ao que emerge pela dinâmica dos serviços (também haverá por lá gente sabedora ...); aos modelos que vão ser adoptados ... E ninguém fala do sistema de ensino (a todos os níveis) que temos ou não temos para levar a cabo o empreendimento. No mínimo, estranho! Será que a geração mais preparada de sempre tem os conhecimentos necessários na esfera da GESTÃO PÚBLICA? Incógnita: o tempo que os novos governantes vão precisar para se inteirarem dos «dossiês». «Rezemos» para que não aconteça o que já aconteceu no passado: querem apresentar trabalho e vão fazer «ao lado». Assim, o aparelho estatal incha, e a produtividade fica-se pelo caminho... 

*
*   *

Sobre o assunto, talvez lhe interessem
 os seguintes posts do blogue Elitário Para Todos:

 

....................

Por hoje fiquemos por aqui, mas é claro que dada a natureza do 3AP não nos podemos alhear desta «causa». Assim, até breve sobre a «Reforma do Estado» ...


segunda-feira, 9 de junho de 2025

«Novas gerações preferem evoluir em competências técnicas a subir na hierarquia da empresa»

 


O trabalho a que se refere a imagem é do caderno ECONOMIA do EXPRESSO desta semana. Merece ser lido, quiçá considerado pelos cursos de Gestão. Começa assim:


«A velha linha de comando e reporte vertical que nas últimas décadas tem marcado o organograma da maioria das empresas, em que as decisões emergem do topo e os trabalhadores seguem ordens, pode não ter vida longa no futuro. O modelo tradicional de gestão empresarial está a ser desafiado por uma nova geração de trabalhadores — a geração Z —, que está a entrar no mercado laboral com novas perspetivas sobre a carreira e o trabalho. Ao contrário das gerações que os antecederam, estes profissionais, nascidos entre 1997 e 2012, não se movem por status ou poder e a sua visão de sucesso não está centrada numa progressão profissional da base até ao topo. Não sonham liderar nem assumir cargos de direção intermédia e não estão dispostos a sacrificar a sua saúde mental ou equilíbrio familiar por um lugar de CEO. O que procuram é propósito, flexibilidade, autonomia para decidir e confiança da parte de quem os lidera. E isso impõe toda uma série de novos desafios a quem gere e a quem contrata e promete reconfigurar a cultura das empresas num futuro muito próximo. (...)».

 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

«World Economic Forum’s Centre for the New Economy and Society _ Chief Economists Outlook May 2025»

 



«This briefing builds on the latest policy development research as well as consultations and surveys with leading chief economists from both the public and private sectors, organized by the World Economic Forum’s Centre for the New Economy and Society. It aims to summarize the emerging contours of the current economic environment and identify priorities for further action by policymakers and business leaders in response to the compounding shocks to the global economy from geoeconomic and geopolitical events. The survey featured in this briefing was conducted from 3-17 April 2025».

*
*   *

Dado o momento, ocorreu-nos: será que este «survey» (e outros equivalentes) terá algum impacto na estrutura do Governo acabado de ser anunciado? Dito de outra forma, em que medida a ciência e a técnica foram tidas em conta? É que só ouvimos «opiniões». E em geral vindas de «formados em direito» e de « macro economistas» que só entendem a «gestão pública legalista»...Para tornar mais claro, por exemplo, governar com base em «áreas» e «ministérios» parece ser a mesma coisa para as soluções que nos são comunicadas. Mas não é! E voltamos à nossa:  falta-nos «inteligência» sobre a governança e gestão públicas... Alguém que nos ajude. Bom, se não temos, é ir «lá fora» ... Ah, não esquecer,  temos a internet - a que não assenta em «soundbites».

*
*   *

Só porque acabamos de receber noticias da «CODE for AMERICA», impulso para esta partilha:
 




terça-feira, 3 de junho de 2025