segunda-feira, 30 de julho de 2012

DERROTAS E VITÓRIAS E A VERDADEIRA DIMENSÃO DA VIDA





Com os Jogos Olimpicos a decorrer apeteceu-me trazer este pensamento para o 3ap:
"A derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal um instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória, estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe dos apodrecimentos das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo. Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos (ou adquirimos, na maioria das cabeças) o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobre-diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se". [Após a derrota da seleção brasileira em 1982, Espanha] - Drummond de Andrade.

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