quarta-feira, 28 de maio de 2025

«À Pala de Camões»

 



De lá:

«CICLO
À Pala de Camões


 
O professor e escritor Hélder Macedo, no documentário de Renata Sancho intitulado simplesmente LUÍS DE CAMÕES, realizado no âmbito do concurso “Os Grandes Portugueses” e que integra este Ciclo, começa por defender que o poeta “tem sido usado, ao longo dos séculos, para simbolizar as mais contraditórias ideologias: a fé, o império, a República, a ditadura de Salazar, as guerras coloniais, e agora até a nossa atual democracia – o que sempre é melhor”. O investigador serve-se disto para afirmar que, independentemente de toda a ganga ideológica com que se procurou recobrir Camões, este é – a seu ver – “o pioneiro da moderna consciência universalista” acrescentando que “na obra de Camões há uma conceção globalista do mundo, baseada no encontro entre diferenças.” Assim, como entender Camões no ano em que comemoram os 500 anos do seu nascimento? A resposta talvez esteja na dialética proposta por Jorge de Sena, um dos maiores camonianos do século XX. Diz o escritor, no programa da série “A Ideia e a Imagem”, emitido a 10 de junho de 1977 na RTP (e igualmente incluído neste Ciclo), que “para ler qualquer autor que não é contemporâneo há que colocá-lo na sua perspetiva histórica sem distorcer aquilo que ele podia ser na época em que viveu e, embora possa parecer uma contradição (porque todo o conhecimento literário é dialético), há que lê-lo [também] com os olhos de hoje, como se ele fosse nosso contemporâneo. (…) [E, de facto,] Camões é um autor contemporâneo!” (...)». Continue.


domingo, 25 de maio de 2025

NUNO CRATO |«O Manual Escolar»

 



SINOPSE

O manual escolar, seja impresso ou digital, é um poderoso instrumento de estudo e uma ajuda inestimável a alunos, professores e pais. Quando bem concebido, e bem utilizado por docentes e discentes, ajuda a aprendizagem profunda, a assimilação e uso dos conceitos, o treino de procedimentos e a compreensão crítica das matérias.
Mas será que todos os manuais servem bem os seus propósitos? Como podemos avaliar e escolher um bom manual? E será que todos os professores os usam da melhor maneira e ajudam os seus alunos a retirar deles o maior proveito? Finalmente, será que todos os estudantes sabem utilizar os manuais como instrumento prático de estudo eficaz e de aprendizagem ativa?
Este livro explora o papel fundamental do manual escolar no ensino, mergulhando na sua história, evolução e nas suas funções no contexto educativo moderno. Nuno Crato examina a relação entre o currículo e os manuais, defendendo um ensino estruturado que promova o conhecimento de forma progressiva, e reflete sobre as críticas aos manuais tradicionais e as tendências para recorrer a materiais dispersos, argumentando que,  quando bem concebidos e utilizados, os manuais têm um impacto decisivo no sistema educativo. Saiba mais.


terça-feira, 20 de maio de 2025

ESTÁ A DECORRER | «Open Gov Week 2025»

 


«De 19 a 23 de maio, celebramos a Open Gov Week 2025 — uma semana global dedicada à partilha de ideias e ações que promovem a transparência, participação, inovação pública e responsabilização.
A Open Government Partnership (OGP) assenta na ideia de que um governo aberto é mais acessível, responsivo e responsável perante os cidadãos.

 No dia 23 de maio vamos conhecer melhor a Rede Nacional de Administração Aberta e os compromissos do Plano de Ação Nacional e como estar envolvido/a nas próximas iniciativas. (...)». Saiba mais.



quarta-feira, 14 de maio de 2025

INSTRUMENTOS DE GESTÃO MODERNA | «Tal reforma pretende dotar o setor público de instrumentos de gestão moderna que permitam uma melhoria dos serviços em simultâneo com um aumento da eficiência e eficácia da despesa pública»| A PERGUNTA: QUAIS SÃO ESSES INSTRUMENTOS?




Foi a publicação deste  Despacho - «FINANÇAS | Entidade Orçamental Despacho n.º 5465/2025 | Sumário: Processo de transição da Direção-Geral do Orçamento para a Entidade Orçamental - no DR de hoje que nos (re)lembrou o Decreto - Lei nº. 53/2025 da imagem. E voltamos ao assunto que tanto nos ocupa - a Reinvenção do nosso Aparelho Estatal. Desde logo, tirando uns «soundbites», verdadeiramente o problema, como tantos outros essenciais, não  foi abordado na Campanha Eleitoral em curso. Podíamos pegar no que sublinhamos acima para desmontar o que nos vai sendo transmitido. De facto, atentemos na passagem (e podiam ser outras), ou seja nesta: «Tal reforma pretende dotar o setor público de instrumentos de gestão moderna que permitam uma melhoria dos serviços em simultâneo com um aumento da eficiência e eficácia da despesa pública». Será que nos podiam listar quais são esses instrumentos de gestão? E apetece uma vez mais perguntar e por aí começar: e quais são os modelos que estão a ser seguidos na elaboração dos diplomas orgânicos? Uma coisa percebe-se, eventualmente sem darem por isso: a GESTÃO LEGALISTA DE VOLTA EM TODA A FORÇA. Nem sequer nos apresentam a MISSÃO em meia dúzia de palavras, muito menos a VISÃO de maneira a poder ser impressa numa TShirt (é verdade é muitas vezes assim que se explica em sala de aula ...). E ali temos um albergue, tipo tudo «ao molho e fé em Deus»,  de missão, de atribuições, onde ausentes a visão já referida, e as competências (ora, como é que os «legalistas» podem abdicar disso?). E já agora, (no pressuposto de que se consegue identificar o formato técnico que andará por lá ...), onde está a RESPONSABILIDADE SOCIAL? É verdade, o pacote que parece estar na base seria este: VISÃO, MISSÃO, RESPONSABILIDADE SOCIAL, OBJETIVOS. .. Bom, até nos custa estar a perorar sobre estas coisas ... Aqui não será o espaço mais adequado. O certo é voltarmos ao caminho que nos leve a ESCOLAS DE GESTÃO PÚBLICA dignas desse nome. Não para se mimetizar o passado, mas para se ensinar e aprender, e investigar, a GESTÃO PÚBLICA MODERNA  que se identifique com o paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 
E até nos apetece lembrar  as  «instituições eficazes» dos ODS, e o Relatório Integrado, e ... Imagens que ajudarão a mostrar no que estamos a pensar: 







A rematar,  cá temos a UNILEO a mudar de sitio, sem que se tenha dado por ela na implementação generalizada da LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL nomeadamente no que se refere à ORÇAMENTAÇÃO POR PROGRAMAS ... Ao RELATÓRIO INTEGRADO, e ...   Ainda sobre a UNILEO no Decreto-Lei 53/2025:



uma pequena nota - neste artigo 15 temos «competências», num anterior «atribuições» ... Será que na lógica interna do diploma há diferenças? Longe irá o tempo em que estas coisas eram vistas «à lupa». As boas técnicas, modernas e antigas, a isso levavam. Uma questão de qualidade. 

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Não, não é saudosismo, mas faz bem lembrar quando se devorava a literatura que tínhamos e se reinventava em andamento.



Ah!, ISCAL, não te deixes ficar para trás ...
 

terça-feira, 13 de maio de 2025

ARTES E CULTURA _ NA ESFERA DO PROFISSIONAL | em Portugal podia/devia ser matéria de debate nas eleições em curso nomeadamente pelo emprego que o setor gera ... | OLHEMOS PARA A REALIDADE DE OUTROS ! | ATRAVÉS DE ANÚNCIOS DE «JOBS»

 



Em especial, o Instituto Politécnico de Lisboa de que o ISCAL faz parte não pode alhear-se  da matéria. E aproveite-se para sugerir, uma vez mais, que se recuperem esforços passados em torno da iniciativa «OEGANIZAÇÕES CULTURA & ARTES» que envolvia todas as Escolas do IPL que tinha ido beber a Seminário do ISEG. Lembremos através de imagens:




sábado, 3 de maio de 2025

COLUMBIA CLIMATE SCHOOL | «Why Climate Finance Is Key To Fighting Climate Change»

 


«2024 was the hottest year on record. Around the world, 151 unprecedented extreme weather events devastated countries around the planet, including heat waves in Japan and Iran, floods in Italy, Pakistan, Poland and Brazil, and typhoons in Vietnam and the Philippines. Massive sums of money are needed to mitigate these and other climate disasters and to prepare for what’s on the horizon. 

Climate finance is key: to help developing countries adapt to climate impacts and reduce their carbon emissions, the public and private sectors and other financial institutions must work together to harness funds needed for such an enormous undertaking.  

To address this need, the Columbia Climate School has introduced a new Master of Science in Climate Finance program, in partnership with the Columbia Business School, to begin fall 2025. Led by Lisa Sachs, director of the Columbia Center on Sustainable Investment, it is a one-year professional degree program for both early-career and experienced professionals. The program will enable students to understand the science and impacts of climate change, assess its risks and opportunities, understand the financing imperatives, and consider implications for both policy and financial institutions. Because it’s estimated that about $5 to $10 trillion annually will be needed to decarbonize the global economy, in addition to the mounting costs of adaptation, the climate finance sector will be increasingly important in years to come.

The good news? There’s enough money to solve the crisis. “With around $30 trillion in global savings annually, there is more than enough capital to fund the global transition,” said Sachs, an expert on how laws, policies and business shape global investment flows. (...)».




Columbia Climate School’s M.S. in Climate Finance is a one-year degree combining courses in climate science, adaptation and mitigation strategies, energy and infrastructure financing, regulatory frameworks and more. Developed in close collaboration with the Columbia Business School, the degree will drive impactful solutions to the climate crisis through advanced financial tools and scientific knowledge.

(...)






sexta-feira, 2 de maio de 2025

FILME | «O Lugar do Trabalho»




SINOPSE
A administração de uma fábrica em Tarento, Itália, decide contratar Caterino, um homem rude e pouco qualificado, para espiar os colegas de trabalho e denunciar os nomes dos que estejam ligados a actividades sindicais ou que considere mais dispensáveis. Inicialmente, Caterino sente-se numa posição privilegiada em relação aos colegas, usufruindo das contrapartidas oferecidas. Contudo, com o passar do tempo, apercebe-se de que não é mais do que uma peça descartável na engrenagem e de que foi manipulado pelo sistema opressor da empresa. 
Este drama, que aborda exploração, desigualdade e resistência no trabalho, marca a estreia como realizador do actor Michele Riondino. PÚBLICO


Ainda do jornal Público:

«O Lugar do Trabalho: nascimento de uma consciência (de classe)
O cinema italiano a redescobrir as histórias (ou a História) dos operários. O Lugar do Trabalho (o título português possível para um original italiano que é a intraduzível designação de um lugar preciso) baseia-se em factos verídicos sucedidos no final dos anos 90 em Taranto, no Sul do país, que se tornaram uma “causa célebre” no historial moderno dos abusos laborais em Itália.
 O Lugar do Trabalho: nascimento de uma consciência (de classe)
Uma siderurgia que muda de mãos, e a nova gerência quer renegociar contratos (em termos desfavoráveis para os trabalhadores), arranjar maneira de forçar os operários a aceitar a renegociação ou a ir embora de moto-próprio — e assim os mais renitentes, ou mais imbuídos de consciência “sindical”, são postos a trabalhar num edifício (é isso, a Palazzina Laf) onde há muito pouco para fazer, laboralmente falando, e as condições são deploráveis. (...)». Se tiver acesso veja aqui.




segunda-feira, 21 de abril de 2025

sábado, 19 de abril de 2025

EM 1969 EM COIMBRA | o Presidente da Associação de Estudantes pediu a palavra ...



«Há 56 anos, Alberto Martins, então presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, pediu a palavra em nome dos estudantes, na cerimónia de inauguração do Departamento de Matemática, presidida por Américo Tomás. Claro que ela não lhe foi concedida, o que funcionou como o pontapé de saída para uma longa crise estudantil. (...)». Saiba mais.
 


sábado, 12 de abril de 2025

UMA INICIATIVA DO «DEPARTAMENTO DA CULTURA, MEDIA E DESPORTO»DO REINO UNIDO REAVIVOU-NOS A QUESTÃO DA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS

 


Muitas vezes neste blogue temos alertado para a necessidade de se estudarem as ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVAS E A SUA GESTÃO. Numa perspectiva profissional. Para lá das exigências legais. É uma matéria que nos ocupa muito: não foi por acaso que na esfera do mestrado em Gestão que  fizemos no ISEG o tema investigado foi «Organizações sem fins lucrativos e a sua gestão estratégica», com orientação do saudoso professor Rogério Fernandes Ferreira. E por estes caminhos reparamos na noticia da imagem, que nos leva a este raciocínio: a realidade do também designado «Terceiro Setor» merece atenção, nas suas diversificadas vertentes. Merece ser estudado e investigado, na circunstância no quadro técnico e cientifico inerente à gestão. O que nos levará a considerar o que é praticado, o institucionalizado, e o que emerge ...
No nosso País, contrariamente ao passado,  se estivermos atentos, não se deixa de identificar direta e indiretamente que não estamos sozinha nesta ambição. Temos publicações, encontros, cursos, ... Mas, do nosso ponto de vista, há défices. Nomeadamente em torno de modelos próprios na ótica da gestão - e não os inventados para «as empresas» -  como sabemos reguladas pelo jogo do mercado, adiantando-se  com «as devidas adaptações». E mesmo quanto à delimitação do que se está  a considerar à partida. Ilustremos, quando dizemos «organizações sociais», incluímos  a «cultura e as artes»? 
Não perdemos a oportunidade para se adiantar, recordando Peter Drucker, que o mundo dos negócios tem muito a aprender com as «nonprofits». Mais, o paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é quase natural às sem fins lucrativos (não governamentais) da Cultura e das Artes - é só olhar para o conceito do INTEGRATED REPORTING.
Bom, agora aproveite-se para (re)divulgar duas das obras que estavam aqui  na mesa à espera disso:
  


Não, não está no domínio do exótico, ao pensarmos que matérias destas até podiam/deviam ser objeto de debate nos debates em curso a propósito das eleições... 

sábado, 5 de abril de 2025

BANCO DE PORTUGAL | «Conferência Falar em liberdade: 50 anos do 25 de Abril » _ 21 de abril de 2025 | ENTRADA GRATUITA _ INSCRIÇÃO PRÉVIA

 


Entrada

Gratuita, mediante inscrição prévia 

Morada

Museu do Dinheiro, Largo de São Julião, Lisboa


Saiba mais

Ainda: Inscrição

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Sobre a conferência no semanário Expresso desta semana: «(...) Se o 25 de Abril faz 50 anos, Centeno não resiste e associa o Banco de Portugal às comemorações. Primeiro com uma exposição no Museu do Dinheiro, onde se conta que o belíssimo Mercedes preto do último governador do antigo regime voltou ao Banco após ter sido usado por Otelo Saraiva de Carvalho no PREC com o porta-bagagens cheio de armas. E no próximo dia 21 de abril será também o Museu do Dinheiro a acolher uma conferência/festa que junta o economista e ex-Nobel da Economia, Paul Krugman, o jornalista e escritor Miguel Esteves Cardoso, o humorista Herman José e cantores como Sérgio Godinho ou Ana Bacalhau. (...)». 

 Veja o PROGRAMA completo.

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Entretanto, uma 
visita ao MUSEU DO DINHEIRO ...




domingo, 23 de março de 2025

«Como Deuses entre os Homens _ Uma história dos ricos no ocidente»

 


«Uma narrativa abrangente que mostra como os ricos justificaram historicamente os seus privilégios, ajudando as suas comunidades em tempos de crise, porque já não o fazem e o que isso representa para a estabilidade social.
Cobrindo os últimos mil anos, com incursões frequentes à Antiguidade, e integrando investigações recentes sobre a desigualdade económica, Alfani encontra — apesar dos diferentes caminhos para alcançar riqueza em diferentes épocas — continuidades fundamentais no comportamento dos ricos e nas atitudes públicas em relação à riqueza ao longo da história ocidental». Saiba mais.



terça-feira, 18 de março de 2025

domingo, 16 de março de 2025

«Evolutionary Stability Is The Better Bet _ Team Trump’s wobbling upheaval undermines faith in the future»

 


A abertura: «Any investment — whether in personal relationships or in financial markets — is a bet on the future. The expectation is not that there won’t be ups and downs, but that one can count on generalized stability over time. If that stability is undermined, all bets are off. It is in the vacuum of stable expectations that the worst happens: breakups, depressions, bank runs, civil unrest and even war».


terça-feira, 11 de março de 2025

COMO CONTINUAÇÃO DA «TERTÚLIA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER» HAVIDA NO ISCAL


Entretanto, soubemos mais: «Informamos que o evento em causa vai realizar-se no Auditório da Secretaria de Estado do Ambiente, Rua do Século, n.º 63,1200-433; Lisboa,  com horário das14H00-17h00. Contamos, muito em breve, enviar o programa completo, mas poderá fazer a sua inscrição aqui!»

É verdade, contactamos com as iniciativas acima poucas horas depois de termos participado na «Tertúlia - Dia Internacional da Mulher» que teve lugar no ISCAL, no passado dia 7, a propósito do Dia Internacional das Mulheres 2025 que visava em particular promover conversa sobre o papel das mulheres no «ensino   da contabilidade e fiscalidade, bem como nas áreas da ética , da sustentabilidade e do seu papel profissional no mundo empresarial». Estivemos lá, tendo-se  nomeadamente recuperado iniciativas anteriores - para rendibilizar - e a nosso ver inevitavelmente focaram-se os temas das imagens iniciais. Alguns dos slides que serviram de suporte e que o indiciam:










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Será avisado, para quem não quer ficar para trás: continuar a trabalhar para que no ISCAL o «género» faça parte do ADN do INSTITUTO e integre todas as suas atividades; se aproveite as iniciativas das imagens acima. Reforcemos:  



segunda-feira, 3 de março de 2025

DO RELATÓRIO DO TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU A ARTIGO NO SEMANÁRIO EXPRESSO | de João Oliveira com este titulo «PRR: investir ou gastar?» | E FAZ SENTIDO LEMBRAR UM ENCONTRO HAVIDO NA ORDEM DOS ECONOMISTAS A PROPÓSITO DO PROGRAMA «ACELERAR A ECONOMIA»

 



Reproduzamos a Nota do Presidente
  a que se refere a imagem (o destaque é nosso):

«Estamos a chegar ao meio do quadro financeiro plurianual (QFP) da União Europeia (UE) para 2021-2027. A União tem atravessado alguns anos de transformação, caracterizados por desafios sem precedentes a que foram dadas respostas expressivas, tanto no plano das políticas como do financiamento. Neste contexto, é de importância vital que a supervisão e a gestão financeira sejam rigorosas em todos os níveis da UE. Com o seu trabalho, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) contribui para reforçar a gestão financeira e a eficácia das políticas da União. O seu Relatório Anual é um instrumento fundamental para alcançar estes objetivos. O Tribunal emite uma opinião favorável sobre a fiabilidade das contas de 2023 e conclui que estas refletem com exatidão a situação financeira da UE. O Relatório Anual conclui que, uma vez mais, as receitas estavam isentas de erros materiais. Pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal emite duas opiniões separadas sobre a legalidade e regularidade das despesas relativas ao exercício de 2023: uma sobre o orçamento tradicional da União e outra sobre o Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR). Começando pelo orçamento tradicional (o QFP), o Tribunal estima que o nível de erro nas despesas orçamentais da UE tenha subido para 5,6% (2022: 4,2%). Por conseguinte, emite uma opinião adversa sobre as despesas orçamentais da União. Persiste um nível de erro significativo no domínio "Coesão, resiliência e valores", que atingiu 9,3% (2022: 6,4%; 2021: 3,6%), bem como no domínio "Mercado único, inovação e digital", em que chegou a 3,3% (2022: 2,7%). No domínio "Recursos naturais" mantém-se em 2,2% (2022: 2,2%). Os tipos de erro mais frequentes continuam a ser os relacionados com projetos e custos inelegíveis e com a contratação pública. O aumento substancial do nível de erro estimado do orçamento da UE, em grande parte impulsionado pelos erros detetados nas despesas da coesão (aumento de 45% em relação ao exercício anterior), é preocupante. Estes picos ocorrem frequentemente durante os períodos de encerramento do QFP, em que a pressão para utilizar os fundos se intensifica, constrangendo os recursos administrativos e aumentando o risco de erro. Esta pressão sobre os recursos administrativos é ainda agravada pela absorção simultânea de vários fundos da União concorrentes, incluindo o MRR» 
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Mais excertos do artigo de João Oliveira, deputado do PCP no Parlamento Europeu:

«(...) Portugal deve fazer essa reivindicação na União Europeia aproveitando o relatório do Tribunal de Contas Europeu, que constata a dificuldade de os Estados-membros utilizarem o montante total dos fundos se aquele prazo se mantiver, identificando sérios riscos de atrasos significativos na implementação dos projetos.

Foi  nesse sentido que apresentámos já uma proposta no Parlamento Europeu.

Além do alargamento do prazo, há ainda outras duas questões que devem ser consideradas.

Por um lado, Portugal deve bater-se pelo alargamento do perímetro de ­áreas de intervenção para as quais os fundos do PRR possam ser mobilizados.

A resposta a problemas económicos e sociais como a habitação, a mobilidade e os transportes, o reforço da capacidade de resposta dos serviços públicos (particularmente na saúde e na educação) ou a captação, armazenamento e transporte de água deve ser estendida a outras áreas e objetivos, como a construção de uma rede pública de creches, o tratamento de resíduos ou o ciclo urbano da água. Substituir investimento em infraestruturas físicas pela compra de equipamentos (no fundamental importados) ou, pior ainda, drenar mais recursos para os grupos económicos privados — como pretende o Governo na sua proposta de reprogramação — não serve os interesses estratégicos nacionais.

Por outro lado, é preciso reforçar a capacidade de planeamento, programação e execução do investimento público, área em que o país está particularmente fragilizado.

É preciso pôr em marcha medidas que reforcem (ou criem) as estruturas públicas de planeamento do investimento, dotando-as da capacidade técnica e humana para fazerem esse planeamento a partir da identificação das prioridades definidas politicamente, concebendo e preparando os projetos de investimento de forma que estejam em condições de ser aprovados e executados sem necessidade de revisões intercalares e dentro dos calendários definidos para a utilização do respetivo financiamento. (...)».


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E isto lembrou-nos um encontro que houve na ORDEM DO ECONOMISTAS (em julho 2024) aquando do lançamento do Programa Acelerar a Economia  onde, obviamente, a questão das estruturas de PLANEAMENTO da Administração tiveram o seu espaço - já agora, estivemos lá e do que defendemos em especial foi  em torno da Cultura que levou a este artigo:
  

Mas para o que agora  aqui nos interessa temos o artigo do Bastonário, António Mendonça, seguinte onde evidencia um ponto de vista a não descurar cuja essência nos pareceu ter acolhimento generalizado lá na Conversa da Ordem :


De lá: «(...) Mas é necessário ir mais além. É necessário, igualmente, dar uma dimensão estrutural e estratégica a este desiderato, com a criação de uma instituição especializada e permanente de produção de estratégia sobre a economia portuguesa, à semelhança do que já existiu no passado e que, por razões que a razão desconhece, foi progressivamente esvaziada até deixar de existir.

Uma estrutura integrada por quadros empenhados e altamente qualificados, sob tutela do Ministério da Economia, que não só contribua para a produção de coerência das diversas políticas económicas prosseguidas por cada governo, como também garanta a consistência temporal das políticas prosseguidas pelos sucessivos governos, evitando os custos desastrosos, para a economia e para o País, da permanente revisão de decisões tomadas ou da tendência endémica para a procrastinação, mesmo quando elas aparentemente são definitivas. (...)».

 É um ponto de vista que merecerá ser burilado, porque longe vão os tempos de ser como dantes. Em especial, não se podem esquecer as potencialidades das novas tecnologias que permitem - exigem -  estruturas orgânicas outras ... Caso contrário até poderemos correr o risco de «Elons Musks» caseiros avançarem pelo aparelho estatal adentro escangalhando sem norte ... 

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Entretanto, há o que vai acontecendo, como podemos ter ideia   recorrendo apenas a posts do 3AP, por exemplo: «Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas»  ||||  Continuemos com o desenvolvimento institucional e organizacional do «aparelho estatal» |||| ... Tudo misturado, haja conversas, invista-se em reflexão, produzam-se estudos, diagnostique-se o que se ensina sobre a matéria ... Cada um ao seu jeito,  há que agir, no respeito pelas obrigações institucionais e de cidadania em presença.


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Por último, a CULTURA E AS ARTES precisam - e à luz de que «Por um lado, Portugal deve bater-se pelo alargamento do perímetro de ­áreas de intervenção para as quais os fundos do PRR possam ser mobilizados» que aplaudimos -  serem consideradas nessa reformulação do PRR. Mas quem nos ouvirá?



terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

A PREPARAÇÃO DOS TRABALHADORES PARA AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS

 

se tem acesso ao artigo o endereço é este

O artigo a que se refere a imagem está no semanário Expresso de 14 de fevereiro último. Praticamente como método gostamos de olhar para as coisas detectando o lado bom. Na circunstância, para nós imediatamente sobressai isto: só falar no assunto já é muito positivo. Frequentemente neste blogue  tentamos defender que é fundamental discutir as ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS  e fixar paradigmas e modelos práticos que estão subjacentes às REFORMAS lançadas pelos Poderes de turno, bem como para as alternativas apresentadas por parte das Oposições em cada momento. Facilmente se verifica que não existem. Por outro lado, e um dos méritos do artigo aqui em causa será lembrar que para qualquer proposta de reforma é fundamental mostrar as mudanças que têm de ser operadas nos diferentes SISTEMAS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PARA TODOS OS NÍVEIS. Neste quadro, podemos adiantar que não seguimos as narrativas explicita e a que emerge do artigo. Contrapomos: indispensável um LIVRO BRANCO sobre a matéria. Se procurarmos neste blogue talvez se encontrem alguns contributos para o debate que é preciso ser feito. De memória, lembramos aquela situação de cursos para Dirigentes Superiores com «privilégios»  que não existem para os Licenciados em Gestão Pública com esta ou designação equivalente ... Ou até lembrar, ainda que aquela formação fosse obrigatória não será difícil encontrar quem tenha entrado nos cargos e deles tenha saído sem que a tenha frequentado ...
Pois bem, olhe-se para este post como lembrete, e fiquemos satisfeitos pelo facto de a matéria aparecer num dos jornais de referência. Falta o resto! Ah, ISCAL não fujas às tuas responsabilidades, valoriza os teus pergaminhos ... Conversemos! E para inicio de conversa peguemos por exemplo nesta passagem do texto do semanário: «(...)O INA tem por missão a criação e transmissão do conhecimento, a investigação científica e a inovação no domínio da AP, bem como a qualificação, capacitação e valorização dos recursos humanos. A anunciada diluição do INA numa entidade da esfera do MF é particularmente grave e constitui um enorme erro estratégico. (...)».
Bom, o que fica para os cursos da Academia? O que distingue o defendido para o INA do que é, ou deve ser,  a oferta universitária e politécnica?